You can't always get what you want
but if you try sometime
you just might find
you get what you need
Mensagens furtivas. Idéias desconexas. Notícias ao léu. Opiniões duvidosas. Visões de Pasárgada
It seems to me that a prig is someone who judges people by his own, rather than by their, standards; criticism only becomes useful when it can show people where their own principles are in conflict.
Foi muito interessante para mim, quando os jornais começaram a chegar da Europa e da América, comparar minhas próprias experiências com aquelas dos diferentes correspondentes. Eu tinha a sorte de trabalhar para um jornal que valorizava a acuidade dos fatos antes de qualquer outra coisa; mesmo assim fui traído por alguns erros. À economia telegráfica pode-se creditar alguns deles, como quando “Abuna”, o título do primado da Abissínia, acabou expandido por um zeloso sub-editor para “Arcebispo de Abuna”. Nomes próprios frequentemente acabam sendo de alguma forma corrompidos e transposições curiosas de frases inteiras ocasionalmente acontecem, de modo que em algum lugar entre Addis Ababa e Londres fui pego pela surpreendente afirmação de que George Herui havia servido na equipe de Sir John Maffey no Sudão. Erros deste tipo parecem inevitáveis. Minha surpresa, ao ler as reportagens sobre a coroação não foi a de que meus mais impetuosos colegas tenham se permitido desconsiderar alguns detalhes ou ainda que tenham caído em algum exagero ocasional sobre os aspectos mais românticos e incogruentes do acontecimento. Pareceu-me, na verdade, que havíamos sido testemunhas de uma série bastante diferente de eventos. “Trazer primeiro as notícias” e “dar ao público o que ele quer”, os dois princípios dominantes da Fleet Street, nem sempre são conciliáveis.
Não pretendo fazer com isso nenhuma condenação convencional à “imprensa marrom”. Parece-me que ser pedante é ser alguém que julga os outros, ao invés de com os critérios destes, com os seus próprios; a crítica só se torna útil quando se pode demonstrar às pessoas que seus próprios princípios estão em conflito. É perfeitamente natural a um jornal barato procurar entreter ao invés de instruir, e dar prioridade ao que é surpreendente e frívolo sobre o que é importante mas tedioso ou inintelegível. “Se um cachorro morder um homem, isso não é nada; se um homem morder um cachorro, isso é notícia.” Minha reclamação é que na luta pela precedência a imprensa barata está abandonando os próprios critérios de serviço ao público que ela mesmo estabeleceu para si própria. Quase todo jornal de Londres, hoje, prefere uma matéria incompleta, inacurada e insignificante sobre um evento, desde que ela possa ser publicada mais cedo que seus concorrentes. Mas o público não está preocupado com essa competição. O leitor, abrindo seu jornal durante o café-da-manhã, não tem nenhum interesse vital sobre, por exemplo, a situação da Abissínia. Um acidente de avião ou uma luta de boxe podem ser casos diferentes. Nestes casos, ele simplesmente quer saber dos resultados o mais cedo possível. Mas a coroação de um imperador africano significa pouco ou nada para ele. Ele pode ler sobre isso na segunda ou na terça-feira, não ficará impaciente. Tudo que ele quer da África é algo que o divirta durante a viagem de trem ao trabalho. Ele terá a mesma diversão seja ela na terça quanto na segunda-feira.O dia de atraso fará diferença, para o correspondente no local, se ele terá tempo para desenvolver uma matéria detalhadamente informada (e, em quase todos os casos, quanto melhor informada é a matéria, maior é o entretenimento que oferecerá ao leitor). Ou pelo menos isso faz esta diferença. Os fatos dentro de um jornal se tornam divertidos e excitantes a medida que a eles é dada a credibilidade de eventos históricos. Qualquer pessoa, sentada por algumas horas a frente de uma máquina de escrever, é capaz de compor uma matéria que seria ideal a qualquer editor de notícias. Desenvolveria algo sobre mortes dramáticas na família real, trens descarrilhados, lançaria o país a guerra civil, descreveria brutais e insolúveis assassinatos. Todas estas coisas seriam profundamente interessantes ao leitor a medida que ele acredita que se tratam da descrição da verdade. Se lhe fossem oferecidas como ficção tornariam-se imensamente insignificantes. (E isto demonstra a imensa lacuna que separa o escritor do jornalista. O valor do romance depende do padrão que cada livro desenvolve para si mesmo; eventos que não possuem nenhum valor como notícia podem ganhar um valor qualquer de importância de acordo com seu lugar na estrutura de um livro assim como de sua relação com outros eventos da história, da mesma forma que cores secundárias são capazes de ganhar grande intensidade em certas fotografias). O prazer de se ler os jornais populares não vem, exceto muito indiretamente, do seu direcionamento político ou dos seus “artigos de opinião”, mas da hábil iluminação que lança sobre os lugares mais estranhos – frases ouvidas nas delegacias policiais, declarações feitas ao público em cidadezinhas do interior – que repentinamente revelam inesperados novos modos de vida. Se isso se tratasse de pura invenção perderia todo o seu interesse. Assim que alguém perceba que tal reportagem foi escrita como uma sátira, propositadamente, por um jovem repórter sentado em seu escritório, não há mais nenhuma graça nas opiniões indignadas tão dogmaticamente expressas na coluna das correspondências.
(...) vou votar sim porque tendo a preferir soluções disruptivas. Acho que, se nada de radical for feito a respeito - e o Estatuto nem é tão radical assim, convenhamos - a situação só tende a se deteriorar.
(...) É possível que, aprovado o Estatuto, a situação melhore, como indicam as reduções de óbitos por arma de fogo nos últimos meses, certamente reflexo da campanha de entrega de armas; também é possível que ela piore e que realmente aconteça o cenário mad max que os adeptos do "não" usam como espantalho; e também pode ser que nada aconteça, fique tudo na mesma.
Em qualquer um dos casos, pelo menos se buscou uma solução diferente.
"Wow. One of the all time top weezer shows tonight.
(...) This place was insane. The band was totally feeding off the energy in the room, creating the rare and beautiful 'perfect storm' show situation that only happens once in a great while no matter how tight a band is."
Pela linha constitucional, viriam: José Alencar, Severino Cavalcanti, Renan Calheiros, Nelson Jobim. Nossa Senhora, o povo se ajoelharia na catedral do Poder, implorando a Lula: "Fique, presidente, o senhor é uma catástrofe com encontro marcado com o final do mandato, os outros serão (ou seriam) catástrofes sem prazo certo e com expectativas incertas.
(...) a grande crise começou agora, se desenvolverá em 2006 e explodirá para valer em 2007. A razão? É simples. Se Lula for reeeleito (hipótese é hipótese, não é como fato que tem que ser provado) não governa. A oposição vai começar o processo de impeachment logo depois da posse. Terá 4 anos.
Se a chamada oposição (de hoje, de hoje) eleger o presidente em 2006, pode até tomar posse mas também não governa. Todos os crimes da DOAÇÃO do retrocesso de 80 anos em 8 (de FHC) voltarão a ser discutidos, até numa CPI.
Vendo a triste figura de Delúbio Soares, vem-me à memória Gregório Fortunato, o Anjo Negro, o guarda-costas, o mais leal amigo que Getúlio Vargas já teve e que o levou à desgraça.
(...) Delúbio, o Anjo Tosco do Cerrado. Cruzei uma vez com ele, almoçando no Amadeus, restaurante de peixes ali na Haddock Lobo. No final da escada, na primeira mesa atrás da coluna, estava Delúbio, terno bem cortado e um havana cujo cheiro, por si só, chamaria a atenção do quarteirão inteiro. Ele não fazia reunião, concedia audiência. Várias pessoas aguardavam na parte térrea do restaurante. Uma a uma subiam, sentavam à sua mesa, conversavam em voz baixa, depois desciam. Era inacreditável que aquilo ocorresse a três quarteirões da avenida Paulista, em um lugar aberto e freqüentado.
Em seu quarto disco - sintomaticamente intitulado Los Hermanos 4 - (...) os refrões são ainda mais escassos, as melodias, a princípio, menos assimiláveis e os arranjos não exatamente envolventes. Ainda assim, não é tão ousado e radical quanto pinta. (...) é lento, muito lento. Cansativo, em vários trechos.
Los Hermanos 4 é rico em nuances, é lento, é anti-rádio, é bonito pacas, é atemporal e pode ser clássico. (...) Não tem paralelos com o que é feito no Brasil hoje em dia.
Profissionalização já!
A CPI dos Correios está perdendo o foco. Está invadindo vidas privadas, ameaçando, imputando crime antes do julgamento, cometendo erros banais de avaliação. Deputados confundem movimentação (conceito financeiro) com faturamento (conceito econômico), desconhecem o funcionamento de empresas (pretender que uma financeira saiba o valor do CPMF pago pela companhia é ignorância).
Desanimado com a falta de objetividade dos membros da CPI, o sábio recluso volta a escrever para manifestar sua preocupação com a ignorância de tantos.
Pode-se até supor que Marcos Valério tenha ido à Portugal Telecom propor negócios, mas jamais imaginar que a empresa toparia. Maior empresa privada de Portugal, listada na Bolsa de Nova York, portanto sujeita à legislação norte-americana de mercado de capitais e à Lei Sarbanes-Oxley, de 2002, é impossível supor que vá aceitar negócio com caixa dois.
Do mesmo modo, é ignorância supor que o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) tenha sido sondado para depositar US$ 600 milhões no Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa. O IRB não tem US$ 600 milhões para depositar e, se tivesse, jamais poderia depositar em um só banco. Por outro lado, o Espírito Santo é um dos bancos mais tradicionais da Europa, peso-pesado no poder e nas finanças de Portugal e com penetração internacional, inclusive nos Estados Unidos. Só faltava se envolver com o PTB. (...)
Quando as bombas atingiram minha cidade natal, eu estava dormindo na Califórnia. Ao acordar, vi os feridos surgindo daquelas familiares estações de metrô londrinas e os destroços do ônibus da linha 30, tudo mediado pela televisão americana. Um comentarista americano disse: "Isso mostra que vivemos em um mundo em guerra." E todas as fibras do meu corpo responderam: não, essa não é a lição de Londres.
Londres sabe bem com o que se parece uma guerra. Lembra-se da 2a Guerra Mundial em cada detalhe, de uma forma que Nova York não poderia. Apesar de essas explosões terem produzido o maior número de mortes na cidade desde 1945, essa não é uma guerra, como os comentaristas americanos gostam de imaginar. Guerras são vencidas por Exércitos. Exércitos sustentados por sociedades, economias e inteligências fortes, com certeza; mas ainda assim, Exércitos. Isso nunca será uma guerra.
Isso é outra história. (...)
Vai haver mais disso. (...) Em certa medida, teremos que aprender a viver com isso, como vivemos com outras ameaças crônicas. É nisso que Londres mais impressiona. Os chefes de polícia já tinham alertado que a questão não era "se, mas quando" um ataque terrorista aconteceria. (...)
A fleuma, a sobriedade e a determinação com que os londrinos enfrentaram os ataques de quinta-feira refletem uma longa experiência, principalmente de 30 anos de ataques do IRA, assim como o temperamento nacional. Conviver com isso, como fazem os londrinos, é a melhor resposta que as pessoas comuns podem dar aos terroristas. Devo dizer que eles fizeram com que eu tivesse mais orgulho da minha cidade natal do que o sucesso da candidatura de Londres para ser a sede da Olimpíada de 2012, anunciada no dia anterior.
Quanta liberdade estamos dispostos a sacrificar em nome da segurança? Há um perigo real de que países como os Estados Unidos e o Reino Unido se direcionem para um Estado de segurança nacional, com mais perdas de liberdades civis. Isso não poder ser - porque vai custar-nos liberdade sem trazer qualquer garantia de segurança. Eu, por mim, preferiria continuar mais livre, e correria um risco marginalmente maior de ser explodido por uma bomba terrorista.
Isso não significa ser passivo ante essas atrocidades. Mas a resposta adequada não está, como os comentaristas da Fox News americana querem que acreditemos, em maior poderio militar para acabar com "o inimigo" no Iraque ou em qualquer lugar. Está em policiamento adequado e polícia inteligente. Recusando silenciosamente a metáfora da guerra, a Polícia Metropolitana da Londres descreveu os locais dos ataques ao metrô e ao ônibus como "cenas do crime". Isso mesmo. Crimes.
Trabalhando na cidade mais etnicamente diversa do mundo, eles desenvolveram pacientes técnicas de relações comunitárias e reunião de informações, assim como de investigação depois do evento. Isso não vai impedir os ataques. Não impediu esse. Mas policiamento adequado internamente, não o envio de soldados ao exterior, é a forma de reduzir a ameaça de terroristas que operam (...).
Depois, há a política de inteligência. Estava certo tirar a Al Qaeda do Afeganistão pela força das armas. Em contraste, está cada vez mais claro que a invasão do Iraque foi um erro, que quase certamente criou mais terroristas do que eliminou. Mas agora precisamos dar o nosso melhor em um péssimo trabalho. A última coisa que devemos fazer em resposta a esse ataque é sair do Iraque. Ao contrário, agora é hora de todas as democracias se unirem em torno da causa de reconstruir um Iraque pacífico e a meio caminho de ser libertado, enquanto insistem em novas mudanças na política de ocupação por parte dos soberanos Estados Unidos, não mais tomados pela febre conservadora de três anos atrás.
Um acordo de paz entre Israel e palestinos removeria outro grande sargento recrutador de terroristas islâmicos. E, é claro, trabalhar na direção da modernização, liberalização e democratização do Oriente Médio é a única estratégia de longo prazo que certamente vai drenar o pântano no qual os mosquitos terroristas são criados.
Aqui, é a Europa, mais do que os Estados Unidos, que precisa acordar, urgentemente, para o imperativo de fazer mais. Nestes dias, coisas que acontecem longe daqui, em Cartum e Kandahar, têm impacto direto sobre nós - às vezes fatal, enquanto vamos para o trabalho sentados num trem de metrô entre King's Cross e Russel Square. Não existe mais essa coisa de política externa. Essa é, talvez, a mais profunda das lições de Londres.
Só um tolo, pensou, encoleriza-se contra os outros: uma pedra cai porque é pesada. Serei sempre criança? Até quando terei o hábito de dar minha alma para essa gente, e justamente por seu dinheiro? Se quero ser estimado por eles e por mim mesmo, preciso mostrar-lhes que minha pobreza está em comércio com a riqueza deles, mas que meu coração está a mil léguas de sua insolência, situado numa esfera muito elevada para ser atingido por seus pequenos gestos de desdém ou de favor.
É muito fácil, portanto, como fizeram durante esta semana o agora ex-presidente Sanchez de Lozada, a OEA e os EUA, alardear que a revolta popular em curso na Bolívia "põe em perigo a ordem constitucional" e é "uma conspiração para substituir a democracia por uma ditadura sindical". É muito fácil acusar que os líderes camponeses e indígenas Evo Morales e Felipe Quíspe são responsáveis por um "projeto subversivo" para instaurar uma ditadura.
Esse prédio da Daslu parece um pavilhão de cadeia, acho meio sinistro.
A ex-modelo Betty Lago falava sobre o impacto que foi desembarcar pela primeira vez na cidade de Nova York, em 1976, quando, de repente, ouve-se no estúdio: “Nhééééééé!”. Sim, parecia um bezerro desmamado chorando – onde, como, por quê? –, mas era só Luana Piovani usando seus dotes de atriz para fazer uma intervenção onomatopéica na fala da amiga. “Eu nascendo e ela já bombando em Nova York”, disse Luana, 29 anos, logo em seguida. Pois é, a cena aconteceu, acreditem. Foi na quarta-feira à noite, na estréia da nova temporada do programa “Saia Justa”, do GNT. Quem viu, teve vontade de chorar. Mesmo. “Nhééééééé!”
(...) Já a parte decepcionante da locadora é a seguinte: alugo algum filme esplêndido, algo como Quando Paris Alucina. Em seguida, caminho para o balcão de atendimento, muito satisfeito de meu louvável bom gosto, singing myself, como Whitman ensinou. Na ocasional vidraça, reparo em meu reflexo e me encanto. No entanto, no balcão - ó desgraça -, a atendente não é nada educada: ela me olha, toma a fita de minha mão e não me diz, nunca me diz ah, mas que bom gosto o seu, que bom gosto, veja só, gastei todo o dia alugando filmes ruins para pessoas ruins, mas agora você veio e alugou esse filme maravilhoso, ah que bom, que bom, você salvou o dia, você salvou o dia e eu não sei como agradecer. Não, ela não diz nada disso. Ok, o melodrama talvez seja dispensável, mas ela poderia ao menos me endereçar algum olhar, algum sinal de que eu era, sem dúvida, alguém excepcional e de que o meu bom gosto - eu gosto do bom gosto - justificava a existência silenciosa de todo aquele acervo de filmes. Mas não. Ela apenas me diz: devolução amanhã até as oito.
You scored as Cultural Creative. Cultural Creatives are probably the newest group to enter this realm. You are a modern thinker who tends to shy away from organized religion but still feels as if there is something greater than ourselves. You are very spiritual, even if you are not religious. Life has a meaning outside of the rational.
What is Your World View? (corrected...again) created with QuizFarm.com |