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O Kléber Mendonça, editor do ótimo Cinemascópio, perdeu a paciência com as últimas produções do cinema nacional, coisas como Gatão de Meia-Idade e A Máquina, e conseguiu também disparar a verve, ao mesmo tempo, do Allan Sieber (charge acima) e do Arnaldo Branco (tirinha abaixo).
Faz-se então a rede nacional anti-comedinhas românticas mal-feitas e subsidiadas. Não sou visceralmente contra o apoio do governo à produção de cinema. Mas ver o dinheiro público financiando iniciativas sem nenhuma pretensão artística, ou seja, com temáticas comercialmente viáveis, e depois assistir a um filme ruim atrás do outro é dose. Faz duvidar do velho argumento “é preciso quantidade para obter qualidade”. Será? Acho que só quantidade não basta.
Aí você vai me perguntar: “então, seu merdinha, qual é a solução?”. Sei lá. Por enquanto sigo advogando pela importação de roteiristas argentinos. Um esforcinho diplomático do Ministro Gil e já seria um começo. Aliás, vão conferir Não É Você, Sou Eu e testemunhem uma comédia romântica bobinha, comercial até a medula, cheia de fórmulas recicladas, mas que ainda pode se chamar de cinema.
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