quinta-feira, dezembro 29, 2005

Dos acontecimentos mais recentes



Desculpas àqueles que ainda insistem em me procurar por aqui. Quando a vida corre depressa, não tem jeito, este blogue fica de lado. E, meu Deus, para mim 2005 passou de uma forma assustadoramente rápida. Quando novembro chegou me senti atordoado – outro final de ano, outro aniversário (30!), outras férias, mas JÁ? A fugacidade do ano, porém, não conseguiu me enganar. O ano passou a jato, mas não foi nem leve nem suave. Foi pesado. E eu me sentia, já em novembro, como tendo sido atropelado por um trator. Estava cansado, e quase exclusivamente por causa do trabalho, uma ainda insistente fonte de stress, correria, desmotivação e noites mal-dormidas.

Foi este estado que me levou a não desistir de tirar férias ainda neste ano. Mesmo com tudo já planejado anteriormente, tive que forçar bastante a barra para conseguir mesmo sair. Convencer os outros e convencer a si mesmo que as coisas podem continuar funcionando sem a sua magnânima presença não são coisas fáceis de se fazer.

Tudo acabou dando certo. Conseguimos passar uma semana em Buenos Aires, eu e minha digníssima senhoura. Está certo, já tinha passado um mês lá nas minhas últimas férias mas, acreditem, vale a pena. Se quiser ir ao Primeiro Mundo e anda sem dinheiro para gastar na Europa ou em NY, meu amigo, Buenos Aires é a melhor pedida. Tudo do bom, e tudo barato. É claro, também havia um argumento emocional – tinha que levar minha garota favorita até uma das minhas cidades favoritas, oras.

O efeito colateral é que o dinheiro reservado para o mês de férias acabou-se na primeira semana. Com o cobertor curto, o jeito foi planejar passar o restante dos dias, incluindo Natal e Ano Novo, aqui mesmo em Sampa, com a família e os amigos que ainda ficarem na cidade. Até agora tem sido bom, muito bom. Tenho aproveitado para curtir o ap, arrumando as coisas com mais tempo e carinho. Tenho dormido e lido muito também. Foi aberto um sebo na avenida aqui ao lado, já há algum tempo, e minha primeira visita rendeu duas aquisições – Complexo de Portnoy, do Philip Roth e Memorias de Brideshead, do Evelyn Waugh. Com o tempo ocioso, no entanto, daqui a pouco já liquidei os dois e o livreiro vizinho deve ganhar uma segunda visita.

Volto ao trabalho somente no dia nove de janeiro. Depois do reveillon tenho ainda mais uma semana para planejar 2006. Começo o ano com muitas pretensões, mas sem dinheiro algum. Minha grande ginástica vai ser fazer com que essas duas coisas – a falta de dinheiro e os planos – não se tornem conflitantes. Ai ai.

Nesta pindaíba, o jeito é começar o ano com uma daquelas promessas típicas – emagrecer. Até onde eu sei, ainda não se gasta dinheiro fechando a boca. Vamos ver no que dá.

Um comentário:

Odorico Leal disse...

Oi, Drex

Quando comecei a ler Brideshead, a sensação foi algo parecido com euforia (apesar do tom emocionalmente exausto - exceto para relembrar - da abertura do livro): sentia ali, nas primeiras páginas, que eu não precisaria de mais nada pelos próximos dias, seríamos apenas eu, Charles, Sebastien, Aloysius e Julia, a inesquecível Julia. E assim foi.

Boa leitura pra você, e que o ano próximo seja menos cansativo e mais suave. Seja um pouco mais Buenos Aires, digamos.

Abração,