terça-feira, julho 30, 2013

I know so many people who think they can do it alone
They isolate their heads and stay in their safety zones

Now what can you tell them
And what can you say that won't make them defensive

I know there's an answer
I know now but I have to find it by myself

They come on like they're peaceful
But inside they're so uptight

They trip through their day
And waste all their thoughts at night

Now how can I come on
And tell them the way that they live could be better

I know there's an answer
I know now but I have to find it by myself

Now how can I come on
And tell them the way that they live could be better

I know there's an answer
I know now but I have to find it by myself

I Know There is An Answer
(The Beach Boys)





sexta-feira, maio 24, 2013

Melhores Inícios 6


"Em meus anos mais vulneráveis da juventude, meu pai me deu um conselho que jamais esqueci:
- Sempre que tiver vontade de criticar alguém - ele disse - , lembre-se de que ninguém teve as oportunidades que você teve.
Ele não falou mais nada, mas sempre fomos excepcionalmente comunicativos de uma forma contida, e entendi que ele queria dizer muito mais."

O grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald
Tradução de Vanessa Barbara

quarta-feira, abril 17, 2013

Melhores Inícios 5


"Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: 'Sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentidos pêsames'. Isso não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem."

O Estrangeiro - Albert Camus
Tradução de Valerie Rumjanek

terça-feira, abril 16, 2013

Melhores Inícios 4


"É uma verdade universalmente reconhecida, que um homem solteiro em posse de uma bela fortuna esteja em busca de uma esposa.

Ainda que sejam pouco conhecidos os sentimentos e as visões de tal homem quando ele entra pela primeira vez em uma nova vizinhança, tal verdade é tão bem estabelecida nas mentes das famílias vizinhas que ele é considerado como uma legítima propriedade de uma ou outra de suas filhas."

Orgulho e Preconceito - Jane Austen
Tradução da casa.

segunda-feira, abril 15, 2013

Melhores Inícios 3


"No princípio Deus criou o céu e a terra. A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam o Oceano e um vento impetuoso soprava sobre as águas. Deus disse: "Faça-se a luz"! E a luz se fez. Deus viu que a luz era boa. Deus separou a luz das trevas. E à luz Deus chamou "dia", às trevas chamou "noite". Fez-se tarde e veio a manhã: o primeiro dia."

Tradução Editora Vozes.

domingo, abril 14, 2013

Melhores Inícios 2


"Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos, foi a era da sabedoria, foi a era da ignorância, foi a época da crença, foi a época da incredulidade, foi a estação da Luz, foi a estação das Trevas, foi a primavera da esperança, foi o inverno do desespero, tínhamos tudo à nossa frente, não tínhamos nada à nossa frente, íamos todos direto ao Paraíso, íamos todos direto ao outro lado."

Um Conto de Duas Cidades - Charles Dickens
Tradução da casa

sexta-feira, abril 12, 2013

Melhores Inícios


"Trate-me por Ishmael. Há alguns anos - não importa quantos ao certo -, tendo pouco ou nenhum dinheiro no bolso, e nada em especial que me interessasse em terra firme, pensei em navegar um pouco e visitar o mundo das águas. É o meu jeito de afastar a melancolia e regular a circulação. Sempre que começo a ficar rabugento; sempre que há um novembro úmido e chuvoso em minha alma; sempre que, sem querer, me vejo parado diante de agências funerárias, ou acompanhando todos os funerais que encontro; e, em especial, quando minha tristeza é tão profunda que se faz necessário um princípio moral muito forte que me impeça de sair à rua e rigorosamente arrancar os chapéus de todas as pessoas - então percebo que é hora de ir o mais rápido possível para o mar."

Moby Dick - Herman Melville
Tradução de Irene Hirsch e Alexandre Barbosa de Souza

quarta-feira, março 13, 2013

Livros: "Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio que Longe de Tudo" de David Foster Wallace

Resenha minha também publicada no site Scream&Yell.

Já foi muitíssimo mais difícil descobrir os autores que valem a pena. Até completar vinte anos, minhas fontes de referências literárias eram poucas: a estante de livros da minha mãe, algumas citações esparsas encontradas em quadrinhos e revistas de música (de rock, na verdade), e o “Caderno 2”, do Estadão. O colégio e a faculdade não ofereceram muito mais que Machado de Assis e alguns gurus da Administração de Empresas. Interesse e curiosidade sempre ajudaram, mas fora do campo da Música (o habitat natural da turba adolescente) não era nada fácil encontrar por si próprio os caminhos culturais que valiam a pena.

Se não fosse por minha mãe e por Paulo Francis, portanto, dificilmente me encontraria com George Orwell, Aldous Huxley ou Albert Camus (autores clássicos e requisitos básicos de qualquer formação, mas como eu iria saber?). E isso é o cânone. Mais difícil ainda era obter informação sobre novos e bons autores contemporâneos.

Toda essa introdução apenas para agradecer a existência da Internet. Afinal, foi através da Internet, e não da biblioteca da minha mãe (uma hora ela se esgota) e muito menos através dos cadernos culturais dos grandes jornais (uma hora eles deixam de fazer sentido) que pude chegar aos textos de David Foster Wallace.

Nos últimos vinte anos, a literatura viu surgir uma nova geração de autores extremamente talentosos. A virada de século foi prolífica tanto nos EUA (Jonathan Franzen, Michael Chabon) e Grã-Bretanha (Zadie Smith, David Mitchell, Jonathan Coe), como também na literatura de língua espanhola (sobretudo o chileno Roberto Bolaño). Apesar de vários desses autores terem sido publicados no Brasil, a repercussão dessa efervescência cultural perdeu aqui as vitrines da mídia tradicional, ficando restrita ao público iniciado ou interessado. Referências a toda essa turma de autores, somente espalhadas pela Internet, em sites, blogs e fóruns dedicados à literatura.

David Foster Wallace é talvez o mais talentoso, virtuoso e errático autor dessa geração. Já tinha publicado seu romance de estreia em 1987 (“The Broom of The System”) e um livro de contos (“Girl With a Curious Hair”, 1989) quando se consagrou definitivamente em 1996 ao lançar sua obra ícone, “Infinite Jest”. O romance é um catatau de 1.100 páginas que definiu claramente o estilo e o potencial do autor junto à crítica e seu público – uma prosa complexa, com descrições hiper-detalhistas, digressões extensas sobre incontáveis temas, repleta de insights fascinantes, sensibilidade e empatia fora do comum. Na esteira do sucesso, uma coletânea de contos, “Breves Entrevistas com Homens Hediondos”, foi publicada em 1999 também com boa repercussão (traduzida e publicada posteriormente no Brasil, em 2005, pela Companhia das Letras). Outra coletânea de contos, “Oblivion”, sairia nos EUA em 2004.

Wallace nasceu em Ithaca, no Estado de Nova York, em 1962. Escritor e professor de Literatura, estava portanto na casa dos 30 anos quando foi atingido pela repercussão de “Infinite Jest”. Sofrendo de depressão crônica desde a adolescência, Wallace viria a cometer suicídio dez anos depois, em 2008, aos 46 anos. Como costuma acontecer, a tragédia exponenciou a divulgação de seu nome na mídia. Da mesma forma, como também aconteceu com o chileno Roberto Bolaño (falecido em 2003), sua morte prematura aumentou ainda mais o culto ao redor de seu nome. Em 2011, com algum alarde da crítica, se deu a publicação póstuma de seu último e inacabado romance, “The Pale King”.

Além dos romances e contos, sua produção de não-ficção sempre foi também muito consistente. Por toda sua carreira, Wallace publicou artigos em revistas e jornais (Harper´s, New York Times) oferecendo o que ele próprio descrevia como um testemunho extra-jornalistico dos acontecimentos.

Seus ensaios são uma excelente porta de entrada para aqueles que querem conhecer sua obra. Deixam de lado a complexidade estrutural e o experimentalismo dos textos de ficção, mas mantém as mesmas qualidades que caracterizam o autor: sua inteligência e virtuosismo para quebrar a realidade nas mais ínfimas partículas, digressões filosóficas sobre os temas mais mundanos e um festival sensorial de detalhes descritivos. Ler seus textos é estar constantemente exposto à sensação de comungar com ele alguma reflexão ou impressão, mesmo sem nunca haver pensado ou sentido nada sequer parecido antes. Após páginas de descrições bem-humoradas sobre pessoas, locais e situações, Wallace parece sempre tirar da cartola alguma conclusão que é, ao mesmo tempo, inevitável e surpreendente, familiar e inovadora, empática, mas totalmente inédita.

Esses textos de não-ficção já foram reunidos em algumas compilações publicadas nos EUA (“A Supposedly Fun Thing I´ll Never Do Again”, 1997; “Consider The Lobster”, 2005) e alguns já haviam sido traduzidos para o português, mas publicados apenas parcialmente (trechos na Revista Piauí e também no blog Todoprosa, de Sérgio Rodrigues). De resto, aos brasileiros que se interessavam por mais coisas do autor, restava até agora garimpar a Internet à procura de seus artigos. Até agora, pelo menos.

“Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio que Longe de Tudo” (Cia das Letras, 304 páginas) é finalmente a louvável iniciativa de compilar o melhor da produção de não-ficção deste grande autor e finalmente apresentá-la no Brasil a um público mais amplo. O livro foi lançado sobretudo pela iniciativa dos escritores Daniel Galera e Daniel Pellizzari, entusiastas do autor e tradutores dos textos para o português. Além de um interessante prefácio escrito por Galera, a coletânea traz cinco ensaios publicados em jornais e revistas americanos entre 1994 e 2006, além de um discurso de paraninfo proferido numa formatura de faculdade.

“Isto é Água”, o tal discurso de paraninfo, é o texto mais abstrato do livro. Conceitual e metafísico, seu recado aos alunos formandos começa com uma parábola, parte para exemplos prosaicos da vida cotidiana e termina por explicitar um tipo de “credo” do autor, um conjunto de crenças e valores que ele imagina necessários para suportar os fardos da existência. Simplicidade e profundidade, mais uma das antíteses comuns em Wallace.

Outros três ensaios são exemplos clássicos de New Journalism, o tal jornalismo literário narrado em primeira pessoa, mas com a inconfundível voz “não-jornalística” do autor. Tratam-se, na prática, de artigos escritos sobre eventos turísticos onde, como descreve o autor, a pauta que lhe foi dada era algo tão objetivo como “vá até lá, gire 360 graus e nos conte o que você viu”. No final, o resultado são testemunhos incríveis, divertidos e únicos, revelando tanto a essência dos eventos em si como também transformando o próprio autor num personagem cativante. “Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio que Longe de Tudo”, o texto que dá nome ao livro, é o relato sobre uma visita à Feira Rural de Illinois, um curioso embate entre a visão de um urbanóide cidadão do Leste civilizado versus o agrícola Meio-Oeste Americano. “Uma Coisa Supostamente Divertida que Eu Nunca Mais Vou Fazer” conta a semana desfrutada por Wallace dentro de um super-navio de cruzeiro no Caribe. O título do ensaio resume seu espírito. Finalmente “Pense na Lagosta” é um misto de reportagem sobre o Festival da Lagosta do Maine e ensaio filosófico-existencial sobre o fato de cozinharmos lagostas vivas apenas para satisfazer nosso paladar. Publicado numa revista de gastronomia, talvez o artigo tenha surpreendido os leitores-gourmets.

Temos ainda “Alguns Comentários sobre a Graça de Kafka dos Quais Provavelmente Não se Omitiu o Bastante”, palestra com uma perspectiva inusitada sobre o autor tcheco e, finalmente, “Federer como Experiência Religiosa”, texto fantástico sobre a experiência de testemunhar um super-humano no torneio de Wimbledon 2006 e um dos melhores artigos da coletânea (pelo menos para quem gosta de jogar ou assistir tênis).

Replico então aqui, como retribuição até, o presente magnífico que obtive da Internet: recomendo muitíssimo conhecer a prosa de David Foster Wallace. Pelo menos agora, a publicação de “Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio que Longe de Tudo”, deixa mais física e evidente a presença dele entre nós. Para breve, a Companhia das Letras também promete o lançamento no Brasil de “Infinite Jest”, atualmente sendo traduzido por Caetano Galindo. Espero ansiosamente e já sei que vai valer a pena.

sexta-feira, janeiro 11, 2013

Livros: "Barba Ensopada de Sangue", de Daniel Galera

Resenha minha também publicada no site Scream&Yell.




Tolstói teria afirmado certa vez que "toda grande literatura é uma destas duas histórias: um homem que parte numa viagem, ou um forasteiro que chega a uma cidade."

Daniel Galera é um escritor ambicioso e portanto sempre mira na grande literatura. Não se fez de rogado e seguiu não uma, mas as duas sugestões do velho mestre russo. "Barba Ensopada de Sangue" é um pouco daquelas duas histórias.

O homem que parte numa viagem é o "nadador": um professor de Educação Física, de quem não sabemos o nome, que após o suicídio do pai abandona sua cidade, seus amigos e família e sai numa jornada em busca de coisas incertas - isolamento, reflexão, luto, autoconhecimento - e também de um objetivo mais claro: desvendar uma lenda de família. Seu avô, havia lhe contado seu pai pouco antes de morrer, fora morto em circunstâncias estranhas, quarenta anos antes, numa vila de pescadores no litoral de Santa Catarina.

Garopaba é a cidade que recebe o forasteiro. A antiga vila de pescadores, agora transformada num movimentado balneário, destino de surfistas, hippies e famílias em férias de verão, é praticamente um personagem do romance. Descrita com objetividade e detalhismo incomum na literatura brasileira recente (que parece sempre preferir criar ou generalizar lugares e referências), o local revela uma personalidade inusitada, dividida entre a euforia da alta-temporada e a grande sombra imposta pelos longos meses de frio e inatividade.

O forasteiro chega após o final do verão e sua recepção se mostra pouco suave. O avô do rapaz parece não haver deixado boas lembranças por ali e falar sobre sua morte, mesmo após tanto tempo, logo se revela um assunto proibido entre os nativos.

Para temperar a história (uma muleta narrativa, diriam os maldosos) o "nadador" possui uma doença neurológica que o impede de memorizar rostos. Sua cegueira facial torna difícil reconhecer qualquer pessoa logo “de cara" (com o perdão do trocadilho). Sua deficiência o obrigou a desenvolver habilidades alternativas desde a infância: dos familiares, carrega fotos etiquetadas para se lembrar de seus rostos; dos novos conhecidos, sempre escaneia todo e qualquer detalhe que possa servir para identificar o sujeito futuramente.

Uma cidade inóspita, um forasteiro com limitações naturais de adaptação, histórias sinistras do passado sendo desenterradas. Está construída a tensão do enredo.

Galera é um narrador habilidoso e, a partir daí, consegue criar um clima de apreensão controlada e crescente. O ritmo é lento, num passo a passo sem pressa (como diria Gonçalo M. Tavares na contracapa do livro) rumo às possibilidades de desfecho. A prosa coloquial e o detalhismo descritivo caracterizam o próprio protagonista e, ao mesmo tempo, constroem a sensação do ambiente. O discurso indireto livre, que funde a terceira pessoa ao foco e à mente do protagonista, também contribui para isso. O narrador-protagonista navega pela cidade e pela natureza ao redor, atento a fatos e coisas que nem sempre serão essenciais ao desenvolvimento do enredo. Os personagens secundários tem importâncias diversas, suas tramas por vezes não se concluem, entram e saem da trajetória do "nadador" com impactos relativos. Mas a vida é assim, cheia de déficits de atenção e contornos de caminhos, e no final talvez seja essa aleatoriedade que dê o colorido e a verdade de uma história.

Essas digressões narrativas remetem logo a uma das influências explícitas do autor: Galera é tradutor e entusiasta de David Foster Wallace, um prodígio na arte de esmiuçar a realidade às partículas mais insólitas. Isso fica ainda mais evidente quando Galera se utiliza das notas de rodapé, outro artifício característico de Wallace, para dar voz a outros personagens do livro. Um recurso interessante e que funcionou muito bem. No mais, é bastante positivo ver um autor brasileiro absorvendo influências tão contemporâneas, escapando da economia narrativa e fugindo da dualidade prosa seca/prosa poética que se vê tradicionalmente na nossa ficção.

Se foi feliz no uso das digressões narrativas e descritivas, o autor não encontrou a fórmula certa para inserir suas reflexões e opiniões na voz dos personagens. Dissertar sobre certos assuntos de forma mais elaborada era certamente um desafio sem ter em mãos um narrador onisciente e desapegado. As divagações de Galera são sempre interessantes, mas colocadas nas bocas de alguns personagens acabaram soando despropositadas.

Temáticas comuns ao autor também se confirmam em "Barba Ensopada de Sangue". Galera parece sempre interessado no embate natureza versus civilização, na busca pela verdade mais primitiva e essencial das motivações humanas, no quanto nosso livre-arbítrio é condicionado pelo ambiente e por predestinações auto-impostas. Ao mesmo tempo estão ali também provocações ao racionalismo tacanho do bem pensar contemporâneo, através de referências a sonhos premonitórios, consciências coletivas, lendas que se concretizam. O mistério nem sempre se explica em Garopaba.

No final, a saga do "nadador" em busca do avô ganha traços míticos. Quem persegue a lenda acaba se somando a ela. Ecos de Faulkner e Conrad não são coisas descabidas aqui. Rumo ao coração das trevas, o protagonista retorna aos seus próprios medos e mistérios. Ir à forra com o passado do avô se transforma em enfrentar seu próprio rancor e escolher seu próprio destino. As páginas finais mesclam momentos de contemplação e mergulho na natureza com cenas de ação e violência purificadora. Enfim faz-se juz ao título e ao sensacional prefácio. E mais que isso não se pode dizer para não estragar surpresas.

Em entrevista ao jornal “O Globo”*, Daniel Galera afirma que, do ponto de vista da linguagem, "Barba Ensopada de Sangue" é seu livro mais pessoal, onde pôde utilizar sua voz natural. Em contraponto, cita a experiência radical de "Cordilheira", seu último romance, quando criou uma protagonista feminina.

De certa forma, Galera jogou o jogo em casa. Assim como seu protagonista, o autor também é de Porto Alegre, gosta de nadar, ouviu a lenda do gaúcho assassinado da boca do próprio pai e também se meteu a ser forasteiro em Garopaba numa temporada de mais de um ano. No entanto, ou até por isso mesmo, Galera mirou alto e atingiu um resultado muito feliz com seu novo romance. "Barba Ensopada de Sangue" é daqueles grandes livros que se tornam mais interessantes na medida em que mais se reflete sobre eles.