sábado, agosto 31, 2002

Momento Supercine de Cinema


Ontem saí cedo do escritório. Multi-nacional automobilística tem disso, expediente acaba às 5. Chefe não estava, fechei a internet, desliguei o micro e me fui. Sexta-feira, mas com planos tranquilos: ir ao cinema e voltar cedo pra casa. Minha menina estuda de sábado, tem que acordar cedo. Pós-graduação não é mole. Peguei meu carro logo ali na rua, onde o tenho deixado para economizar o estacionamento. Sabe como é, de grão em grão... Fui até o apartamento, deixei o carro ali e peguei o metrô até a Paulista. Acho mais fácil e além disso era meu dia de rodízio. Desci na Consolação e fiquei um pouco perdido ao sair da estação. Pra que lado é o Conjunto Nacional mesmo? Tentei encontrar algum prédio que me servisse de referência, mas foi em vão; tanta gente na rua, carros, luzes e algumas construções novas me confundiram. Mas as opções eram só duas, esquerda ou direita, e acabei acertando. Ela estava lá me esperando, demos as mãos e descemos a Rua Augusta. A sessão começava às 7:10.

***


Em 1986 entraram na minha casa. Eram 5 moleques e eu estava jantando. Era hora de meu pai chegar, mas hoje ele viera acompanhado. Dois deles eram gêmeos, com cabelo meio vermelho; um deles era bem negro, magro, baixo. Acho que também tinha um mais velho. Me lembro das armas em algumas mãos. Levaram a gente pro quarto da minha mãe e começaram a revirar as gavetas, os armários, pediram pro meu pai abrir o cofre. Aquele cofre sempre me deixara curioso. Lembro dele sempre vazio, sem nada mesmo. Acho que meu pai guardava um revólver dentro de uma das gaveta, algo assim. Colocaram eu, minha irmã, irmão e a empregada dentro do banheiro e ficaram com meus pais no quarto. Estranho, tinha só dez anos, mas quando a empregada começou a invocar a Deus, eu me lembro tranquilo, dando uma risadinha nervosa e pedindo pra ela ficar calma. Não ia acontecer nada. Realmente não aconteceu. Todos ficamos bem. Uma vizinha tinha visto algo estranho e a polícia estava na porta quando eles saíram. Mataram dois moleques, prenderam dois e o outro fugiu. Ainda prenderam na construção ao lado a nossa ex-empregada, que tinha planejado toda a coisa. O que sumiu foi só um colarzinho com pingente da minha mãe. Engraçado, eu me lembro daquele pingente até hoje.

***


Gostamos de dizer que o Brasil é a oitava economia do mundo, que somos um país emergente, reconhecido internacionalmente e com importância crítica no cenário globalizado. Afinal, o mercado internacional não pode desprezar um país que tem 15 milhões de consumidores com potencial de 1º mundo.

E vamos vivendo. E as crianças no farol tornam-se parte da paisagem. E os crimes no Cidade Alerta tornam-se entretenimento para meus avós amedrontados. O perigo está lá fora, tranquemo-nos em casa. Mas vamos vivendo.

E raras são as vezes que nos lembramos que aquele promissor mercado consumidor de 15 milhões de pessoas corresponde a apenas 10% da população do país. Que a quantidade de gente que tem carro e vai ao cinema não deve passar muito disso. Que quem tem curso superior e consequentemente tem a chance de trabalhar no escritório de uma multi-nacional americana, representa meros 4% dos brasileiros. Qual a quantidade de gente que tem problemas e reclama do rodízio? Ou quantos por cento já estiveram na Av. Paulista? Ou tem internet? Ou escrevem num blog?

***


Os jornais falam que Cidade de Deus é um espetáculo da violência, é um passeio turístico no inferno, é um cativante e estético exercício de exposição da miséria. Estão dizendo que, apesar de ser um filme ótimo, um marco no cinema brasileiro, e até mesmo um fato social e político, o filme peca por simplesmente mostrar a marginália e a violência sem colocá-las no contexto geral, sem analisar suas causas e raízes político-econômicas. Dizem que Cidade de Deus ignora os fatores externos, que no filme a favela é um organismo isolado, onde a violência tem vítimas e causadores internos e auto-suficientes.

Eu acho que eles não entenderam nada. Um filme não é um tratado sociológico completo e coerente. Um filme é uma perspectiva, é uma visão; se quiserem, é um dos lados da questão.

Cidade de Deus é espetacular como filme. É uma obra única. E como visão da realidade, coloca a câmera na perspectiva daqueles de quem raramente nos lembramos. Em Cidade de Deus a câmara está nas mãos de Buscapé. E isso já basta para o filme dar o que falar.

quarta-feira, agosto 28, 2002



Ora salve, acaba de chegar uma carta da Metrópole! O saudoso cunhadão Peter (não se enganem com o nome, o cabra é tupiniquim mesmo...) escreve enfim mandando notícias da civilização.

Já era hora... Afinal, em Maracangalha somos humildes para admitir que ainda não aprendemos muito nestes 500 anos e estamos sempre ávidos por bons exemplos de modernidade e progresso.

Sabendo disso, o cunhadão manda alguns exemplos do que ele pôde aprender no tempo de convivência com nossos irmãos americanos do norte. Eis algumas lições:


- "Isso sim é algo que preste (este o blog, ora...), e não as notícias de jornal que lemos por aqui. As pautas daqui são tão chinfrins que até paramos de assinar o newspaper... mas os caras continuam mandando mesmo assim. O que se recebe de junk mail aqui não dá nem para descrever."
- Ora cunhadão, não me venha comparar estas cartas com o glorioso Washington Post, e nunca menospreze as estratégias de fidelização dos ianques... pode ficar sossegado que todos esses jornais de graça estão previstos no plano de marketing...

- "E para completar, os ninjas do Telemarketing ficam na marcação cerrada. A coisa é tão acintosa que uns nerds de garagem já inventaram um mail box que identifica quando as chamadas vem de um call center, e bloqueiam. Pasmém vc, em alguns modelos, a engenhoca tem até um microprocessador que gera um programinha roto-rooter que se infiltra no computador do Telemarketing e deleta os seus dados" –
- Cara, eu quero isso! Esses nerds americanos são mesmo muito melhores que os nossos!!

- "...eu e a Ká cunhamos o código “ajudar o Bush” para se referir às compras. Acostumados com a nossa herança classe média brasileira, nosso consumismo desenfreado só aflora durante o Christmas time, e obviamente passamos vergonha frente aos colegas americanos, cujo apetite voraz por se desfazer do money só se compara à disposição de obtê-lo. Aqui money talks…" -
- Ah, o doce sonho de Adam Smith se tornando realidade...

- "Quer ter uma idéia do que é consumismo? Compra-se tanto e tão descontroladamente que a maioria dos americanos mantém
um espaço para armazenamento em galpões especiais, gerenciados por empresas, porque não tem onde guardar mais tranqueira. Quem tem casa entulha tudo na garagem, e então estacionam os carros na calçada..."
-
- Pô, avisa aí o pessoal que espaço vazio e necessidade de utilidades domésticas eu tenho de sobra... Alugo meu galpão bem baratinho...

- ''Aqui o esporte preferido do brasileiro é meter o pau nos americanos. Normalmente os brasileiros que acabaram de se conhecer seguem o seguinte roteiro (à risca): “Mora onde? Faz tempo que chegou? Já arrumou emprego?” Depois de um tempinho para quebrar o gelo (tipo uns 2 minutos), parte-se para o ataque e as críticas começam." -
- Mas que maledicência hein? Isso aí é conspiração, muito cuidado...

"- Algumas pérolas:
- Os carrinhos de criança vem com um aviso enorme dizendo para não “guardar” ou fechar o carrinho
com a criança dentro. Dã.
- A mídia e os CHP (chips) fazem campanha de conscientização para os pais não deixarem as crianças
sozinhas dentro do carro enquanto fazem compras. Sem brincadeira, a coisa é tão séria que vários bebês
falecem devido ao calor dentro do veículo (esqueci de dizer que deixam as janelas fechadas)."

- O ChiPs? Sério?? Tipo, o Pontcharello falando na TV: “Mamãe, não deixe o Júnior fritando no carro”... Dez!!

- "Não me admira tantos brasileiros se dando tão bem nas empresas por aqui. Sem falsa modéstia, se tem uma coisa que sobra no brasileiro é Bom Senso. Meus amigos indianos concordam, e até os americanos tiram sarro de si mesmos quando apontamos as idiossincrasias..."-
- Isso aí já é um problema de balança comercial sabe... A gente exporta bom-senso e só recebe a Britney Spears de volta... Fechem as fronteiras já!


Peter, acho que você está sendo muito duro com nossos queridos amigos loirinhos do norte. Não queira ver tudo com óculos verde-amarelo, seja mais tolerante... Sei que é difícil se adaptar a tamanho grau de desenvolvimento e civilidade, mas por favor, tente pelo menos não envergonhar a saudosa Maracangalha.

Ah, o cunhadão ainda deixou um último pedido: ele conclama toda a colônia tupiniquim no além-mar para trocar mais idéias e exemplos sobre a vida em terras ianques. Quer fazer terapia de grupo, né? Tá bom vai... Se algum exilado tupiniquim se interessar, lance uma garrafa e mande sua historinha pra cá... Daí eu promovo o troca-troca...


segunda-feira, agosto 26, 2002



Mensagem aos Navegantes

Foi bom enquanto durou, mas parece mesmo que meu querido mas fugaz servidor de comentários, o netcomments.co.uk, naufragou. Tenho logo que aceitar que vivo num mundo capitalista, me resignar a saber que o almoço nunca é de graça. Bem... aqui na internet pode ser de graça por um tempo, até que você fique acostumado e viciado na comida e o dono do restaurante resolva fechar o lojinha ou começar a cobrar pela refeição...

Aos perdidos navegantes que por ventura queiram deixar seu pitaco, entrem no link Lance sua garrafa e mãos à obra. É rápido, fácil e indolor. Ou, se achar mais fácil, anote meu por-enquanto-grátis e-mail: drex2001@bol.com.br, o que dá na mesma.

Garrafas agora só nesse endereço. Isso até eu encontrar um novo servidor de comentários... Grátis, é claro...

sábado, agosto 24, 2002



Me permitam um pouco de jornalismo de botequim e de divagações baratas de uma noite de sexta-feira. Tudo dentro do mesmo contexto, mas devidamente dividido em duas partes distintas, conforme dita a etiqueta.

A FESTA

Ontem fui à festa da revista de música Frente, comemoração do lançamento da sua 3a edição. Quem não foi realmente perdeu uma noite muito legal. Eu não havia ido à festa anterior e fiquei bem surpreso com o lugar (Grizu Party&Music, um espaço de eventos na Alameda Lorena): dois ambientes separados, bem cuidados, meia luz, bar bastante grande e uma pista razoável. Para começar, o Rick na porta é sempre um início ótimo pra qualquer balada. Quando entrei já passava da meia-noite e a festa ainda não estava cheia. Não encheria muito mais que aquilo, o que acabou sendo um dos pontos positivos. Sem aperto, sem esbarrões, circulação livre, gente na medida certa. E gente variada; gente interessada em revista, gente interessada em música, gente perdida em geral e as devidas intersecções entre os grupos. Na verdade, a festa não deve ter agradado a quem procurava uma balada pra realmente se acabar; a noite foi tranquila, para beber, conversar e curtir os shows. Pois é, os shows.

A primeira apresentação foi do Violeta de Outono. Conhecia pelo nome, mas confesso que nunca havia ouvido nada antes. Assistindo o show assim, sem nenhum conhecimento prévio do som, gostei bastante. Um trio poderoso, com um guitarrista/vocalista e um baixista já veteranos, acompanhados pelo baterista mais jovenzito. Dá para definir o som do Violeta a partir disso. Na frente, arranjos e melodias remetendo muito a algumas coisas dos anos 80. Atrás, uma bateria furiosa segurando tudo com muito gás. O baterista foi um show a parte, o cara toca com muito tesão, dá realmente gosto de ver. Ao mesmo tempo que ele traz um pouco de modernidade e energia para o som um tanto retrô da banda, faz lembrar muito o estilo de tocar de alguns malucos bateiristas dos anos 60, principalmente do The Who.

Depois de um curto intervalo, foi a vez dos Irmãos Rocha!, banda gaúcha já conhecida pelos becos musicais de Sampa. O som dos caras é totalmente energético, punk, hardcore, surf-music, tudo no mesmo balaio, com muito humor e tiração de sarro. A banda sem dúvida toca com muito tesão, originalidade e espontaneidade. Como diz um título deles, alguma coisa perto de "muita vontade com pouco talento". Mas confesso que já não era o tipo de som que eu estava disposto a ouvir às 3:30 da manhã. Acabei entregando os pontos e indo embora antes do show acabar. No momento e local adequados, no entanto, o som dos caras é muito recomendável.

Tenho só uma ressalva, porém bastante importante. Os dois shows foram muito longos, não houve quase tempo nenhum para os DJs. Para mim foi muito legal, mas para quem sai à noite em busca de balada pra se divertir, isso pode ser decepcionante. Afinal, o público veio para uma festa com duas bandas convidadas e não para um show das bandas. Uma noite com shows mais curtos e uma boa discotecagem na pista poderia atender a todos os gostos, tornar a festa mais diversificada e continuar formando público para as bandas.

A DIVAGAÇÃO

Durante o curto intervalo entre os shows, saímos pra pegar mais uma cerveja. Estavámos em uma das mesinhas quando começa a tocar algo familiar. Para minha supresa, o DJ colocara "Mr. Brownstone" do Guns'n'Roses. Imediatamente um sorriso me veio ao rosto; e começaram minhas divagações.

É mesmo impressionante como atualmente, dentro do público chamado alternativo, independente, indie, underground ou o raio que o parta, existe uma grande valorização das bandas do pós-punk e, mais recentemente, também do pop mais dançante do anos 80. Todos tratando Smiths, Echo, Joy Division, Jesus & Mary Chain, New Order e por aí a fora como bandas seminais da sua própria geração. Ouvir isso é cool. Então eu olho ao meu redor na noite e me sinto velho, do alto dos meus 26 anos, vendo uma molecada toda muito mais nova do que eu se comportando como se ouvisse The Cure desde 1985. Sinto muito, mas eu, mesmo velho assim, em 1985 ainda estava me divertindo com o Raul Seixas me desejando "boa viagem" no disco do Plunct Plact Zum.

E porque raios o Guns'n'Roses me fez pensar tudo isso? Ora, porque realmente aquele DJ foi muito ousado em tocar Guns numa festa alternativa. Poucas coisas podem ser consideradas mais "uncool" nos dias de hoje que os velhos clássicos da banda de Axl Rose. Apesar disso, e também apesar de hoje eu já ter descoberto e gostar muito de New Order, J&MC e Pixies, eu confesso que em 1989 o que eu ouvia mesmo e curtia muito era Guns'n'Roses. Foram deles que eu fui atrás dos discos, toquei as primeiras músicas, colei pôsteres atrás da porta. Foi por eles que me odiei por não ter ido ao Rock'n'Rio II. Não, eu nem sabia o que era Echo&The Bunymen quando da antológica turnê brasileira deles em 1987. É claro, o tempo não pára, depois disso veio o Nirvana e tudo mudou. E ainda viriam muitas outras coisas; e eu descobriria no passado um outro tanto de coisas legais. Mas quando ouvi ontem "Mr. Brownstone" dei aquele sorriso sem motivo, sintoma de felicidade boba e espontânea. É claro, as cervejas que tinha tomado também ajudaram. Mas senti um saudosismo bom, e me lembrei da frase do Richard Dreyfuss no filme Conta Comigo: a única certeza é que nunca teremos amigos como os amigos que tivemos quando tínhamos 13 anos. Nunca teremos a mesma espontaneidade, o mesmo sentimento de descoberta, de liberdade, de cumplicidade. Tudo dali pra frente será uma constante reinvenção, uma tentativa de trazer de volta aqueles belos momentos. É verdade. Nunca gostaremos de uma banda da mesma forma que gostávamos de uma banda quando tínhamos 13 anos.

quarta-feira, agosto 21, 2002



subject: Carta de Maracangalha IX
date: 21.08.2002



Oi Ká!

Tudo bem contigo? Tudo em paz aí no mundo de Marlboro?

Aqui em casa tudo vai caminhando bem. O manito Fabinho agora está estagiando, ralando numa agência de propaganda/design aqui perto de casa. É, por incrível que pareça, São Bernardo também tem dessas coisas. E pelo jeito, agora que a família toda já está encaminhada, vou poder finalmente seguir os ensinamentos de Domenico de Masi e me dedicar ao ócio criativo. Sabe como é, 6 anos no mercado de trabalho já cansaram minha beleza...

Bom, mas vamos às atualizações sobre a querida terra brasilis. Eu tinha te prometido falar um pouco sobre as eleições, né? Então vamos começar logo, pois o país já está em polvorosa, o horário político começou ontem, o povo clama por um novo líder e os bancos estrangeiros estão ansiosos para conhecer o novo cliente.

Respeitando a ordem de importância, é lógico, falemos primeiro a respeito da perspectiva dos bancos (que alguns costumam chamar de “investidores”) estrangeiros. Estes nossos amiguinhos, que sempre estiveram aqui por caridade, muito confortavelmente, estão agora com um certo medinho, sabe? É que os mais prováveis futuros correntistas parecem querer adotar os seguintes discursos: Lula – “devo, não nego, pago quando puder” ou Ciro – “devo, não pago, nego enquanto puder”... O Serra coitado, que seria o único que amigavelmente receberia a fatura do cartão, quitaria o pagamento mínimo e seguiria como fiel cliente, parece que está meio sem gás pra tomar conta da lojinha. E o Garotinho, esse nem tirou o CPF ainda...

De qualquer forma, os caras já aumentaram nosso limite do cheque especial pra mais uns R$ 30 bilhões... É uma espécie de programa de fidelização, sabe? FMI por dentro das estratégias de CRM. E o Armínio Fraga ainda deve ter ganho dois ingressos pra ver o Fantasma da Ópera em New York...

Mas desculpe, acho que eu avancei rápido demais, né? Você deve estar meio perdida, afinal qualquer um que tenha saído do país há dois anos não ia entender patavinas do cenário político atual mesmo. Me deixe explicar com mais calma...

Lá no começo, logo depois de terem puxado o tapete da Roseana Sarney (ufa!), a coisa toda se resumiu aos atuais 4 candidatos. O panorama ainda era simples e, como alguém já disse por aí, podia ser resumido assim: votava no Ciro quem não era covarde o suficiente pra votar no Serra nem corajoso o suficiente pra votar no Lula. Analisando friamente e tirando qualquer conotação de valor dos adjetivos anteriores, essa frase era perfeita.

Passados dois meses, muitas alianças e pesquisas do IBOPE depois, a coisa se complicou um pouco. Agora é mais ou menos assim:

- O Ciro, cujo partido é o ex-PCB do cândido Roberto Freire, aproveitou esse fato de ser a opção intermediária, beijou a mão do ACM e do PFL, meteu-se com um amigo do PC e não desgruda mais da Patrícia Pillar. Adotou o discurso revoltado-mas-limpinho e decolou nas pesquisas.

- O Lula, que continua em primeirão como em todas as últimas 3 eleições, arranjou um vice do PL, partido que apóia o Maluf pra governador de São Paulo. Além disso, já tem o apoio do Itamar, do PMDB e da Vera Loyola. O barbudinho simpático está com uns Armanis de dar inveja, apoiou o acordo com o FMI e já até disfarça quando perguntam onde ele perdeu aquele dedo mindinho.

- O Serra, coitado, está tentando... Até sorrir ele já aprendeu. Toda vez que eu vejo o outdoor tucano, com uma baita foto dele sorrindo, eu lembro do Coringa do Jack Nicholson. Cativante... Mas o PSDB ainda acredita, tem esperanças no horário político. Só sei que, a cada pesquisa do Ibope divulgada, ele perde mais um ponto. Nesse ritmo, até chegar outubro...

- Putz, ainda não falei nada do Garotinho... Pois é, tem muita gente que se espanta que o Little Boy, apesar de tudo, ainda consiga 10% das intenções de voto. Mas o pessoal se esquece que o Enéas, 6% dos votos na última eleição, desistiu desta vez... Em quem vocês acham que esse povo todo ia votar, oras?

Acho que é isso... Entendeu tudo? Não?? Ah, não vou explicar de novo, não...

Resumindo, deve dar Lula e Ciro no segundo-turno. Ou seja, mesmo com toda a atual simpatia do barbudinho, caminha-se para que, de novo, o pior tipo de elite volte ao poder no país (ACM e PFL em Brasília; sem contar Maluf em São Paulo, Collor em Alagoas e etecéteras...)

Até o FHC já percebeu isso e esboçou apoio ao Lula no 2º turno. Bem, na verdade uma jogadinha estratégica pra enfraquecer o Ciro e ressucitar o Serra.

Além dessa quizumba toda, ainda devemos votar em 2 deputados (estadual e federal), 2 senadores e 1 governador. Caramba, se eu, com meus 5 anos de faculdade nas costas, já estou com medo de me atrapalhar todo na hora da urna, fico imaginando todas as vovozitas do Brasil...

Bom, espero que tenha te ajudado em algo e te deixado estimulada para que, em outubro, você possa cumprir teu dever de cidadã lá na embaixada... Ou não...

Beijos,

Drex








Cause there is no design for life
There's no devil's haircut in my mind
There is not a wonderwall
to climb or step around
But there is a slideshow and it's so slow
Flashing through my mind
Today was the day
But only for the first time


The band who...

segunda-feira, agosto 19, 2002



Momento Supercine de Cinema

Três filmes e um ator

Se existe um ator que eu realmente admiro hoje em dia, pago um pau mesmo, esse ator é o Javier Bardem. Tá, vocês já devem estar pensando, “iiih, começou a boiolagem, olha o cara se revelando..." Não é o caso, garanto. Mesmo com minhas preferências sexuais restritas ao segundo-sexo, não me incomodo em repetir: esse cara é foda.

Nunca havia ouvido falar desse espanhol até ver o fantástico “Carne Trêmula“(1997), o melhor filme do Pedro Almodóvar. Ressaltando que os adjetivos “fantástico” e “melhor” se devem muito à atuação de Bardem. Mesmo no meio de outros ótimos atores encarnando outros ótimos personagens, metido numa trama que beira o fantástico e de todo o exagero visual e emocional do Almodóvar, Bardem consegue destacar-se, parecendo servir como a âncora de credibilidade daquela estória maluca. Desde o começo, na figura do “tira-bonzinho”, até a segunda-parte, com toda a angústia e a raiva do deficiente-impotente-corno, Bardem consegue passar intensidade e emoção verdadeira, driblando a pieguice com categoria, dominando no peito um baita papel complexo.

Depois desse impacto inicial, assisti no vídeo “Entre as Pernas” (Entre las Piernas, de Manuel Gómez Pereira, 1999), thriller-erótico sobre dois viciados em sexo que se conhecem numa sessão de terapia em grupo e se enveredam por caminhos e problemas pouco usuais. O filme é bom, mas não passa muito disso. O atrativo aqui é o casal de atores, principalmente a partner de Bardem no papel da ninfomaníaca: Victoria Abril (esta sim eu garanto que faz parte das minhas fantasias secretas...). Convenhamos que não é pra qualquer um encarar a caliente Victoria Abril no mesmo patamar de energia, furor e sex-appeal. Ponto pro Bardem de novo.

Por fim, um dos grandes hypes cinematográficos do ano passado, “Antes do Anoitecer” (Before Night Falls, de Julian Schnabel, 2000), trouxe Bardem definitivamente para as listas dos grandes atores do mundo, com direito a prêmio no Festival de Veneza e indicação ao Oscar. Enfim, a conquista da América. Vi o filme só na semana passada e confirmei o que já esperava. Bardem está de novo fantástico, desta vez destruindo sua imagem de garanhão-espanhol e incorporando o escritor homossexual cubano, Reinaldo Arenas. Incorporando, é essa mesma a palavra. Gestos, corpo, alma, amor, desejo, desespero, poesia. Bardem usa e transmite tudo isso com força e sensibilidade, assim como o filme. “Antes do Anoitecer” mergulha na luta entre a liberdade individual (extrapolada aqui pela liberdade de ser um gênio, de criar, de ser diferente) e a ideologia coletiva do sonho por um mundo supostamente melhor. De um lado, Reinaldo Arenas, do outro Fidel Castro.

Quem ganha? Ganha Javier Bardem. E dane-se o Antonio Bandeiras.

Mais sobre:
http://us.imdb.com/Name?Bardem,+Javier
http://www.ciudadfutura.com/cinesol/bios/bardemjavier/#films

domingo, agosto 18, 2002



É patético, eu sei. Mas essa música, de alguma forma, mudou minha vida...

Você já sabe
Me conhece muito bem
Eu sou capaz de ir e vou
Muito mais além
Do que você imagina

Eu não desisto
Assim tão fácil, meu amor
Das coisas que eu quero fazer
E ainda não fiz
Na vida tudo tem seu preço, seu valor
E eu só quero dessa vida é ser feliz

Eu não abro mão
Nem por você, nem por ninguém
Eu me desfaço dos meus planos
Quero saber bem mais
Que os meus 20 e poucos anos

Tem gente ainda
Me esperando pra contar
As novidades que eu
Já canso de saber

Eu sei também
Tem gente me enganando
Mas que bobagem
Já é tempo de crescer


Além de dever isso ao Fábio Júnior, ainda tenho que sentir afinidade com o Rodolfo, ex-Raimundos... É mesmo patético, eu sei, mas é verdade, fazer o quê...

sexta-feira, agosto 16, 2002



Na verdade o que de melhor aconteceu na sessão do Minority Report foi o trailler do filme brasileiro Cidade de Deus.
Pelo que deu pra sentir, será a primeira produção desta nova fase a realmente retratar o ponto-de-vista do submundo urbano da terra brasilis. Coisa nova e diferente depois de O Invasor (que mostra a perspectiva da classe média amedontrada) e da enxurrada de pobreza rural em dezenas de filmes.

Cidade de Deus deve ser tipo um gangsta-rap. Parece ser uma saga marginal, um Godfather tupiniquim, cheio de funk e hip-hop. Mas isso é só especulação em cima do trailler, e sei que isso é muito perigoso.

Tem pré-estréia hoje, à meia-noite. Não, não vou ver hoje, mas semana que vem eu revejo minha opinião aqui.



Semana passada vi Minority Report, o último do Spielberg. Depois do AI, é mais uma aventura dele pela ficção-científica com crise existencial e mensagem filósofica. Falaram muito do filme, disseram que unia a qualidade artística aos efeitos especiais, que Spielberg estava possuído pelo Stanley Kubrick.
Gostei do filme. É um bom suspense futurista, que cumpre o esperado. Mas nada de espetacular (tá bom, os efeitos são espetaculares...). Achei um pouco longo, além da trama ter alguns furos meio inexplicados. Digamos que Spielberg chegou, no máximo, aos pés de um Ridley Scott. Mas ainda longe, muito longe do Kubrick...



And I want you to know
I've got my mind made up now
But I need more time
And I want you to say
Do you know what I'm saying
But I need more ....
Coz I'll be you and you'll be me
There's lots and lots for us to see
There's lots and lots for us to do
She is electric, can I be electric too?


Definitely them...


Já faz algum tempo, minha amiga Rê Oxendorff introduziu uma polêmica de forma arrebatadora no fórum do 02neuronio: um amigo dela depilava a namorada (isso mesmo, com as próprias mãos, dedos, unhas ou sei lá o quê...). Pior: todas as garotas acharam aquilo o ápice da entrega afetiva; o tal depilador era o homem ideal.

Ainda ontem, lendo o famoso Utopia Dilucular, do temido Pedro Nunes, encontrei uma opinião parecida, de novo relacionando higiene pessoal com gestos de amor. Não, não me peçam pra contar, vão até lá e leiam.

Com toda essa insistência no assunto, lá vamos nós então. O dever me chama e sinto necessário repetir meu manifesto pela auto-preservação, já colocado no fórum daquela vez... Posso parecer o cara mais insensível do planeta, mas definitivamente eu não consigo conceber essas coisas como provas irrefutáveis de amor, como o ápice da perfeição dentro do relacionamento.

Lógico, até entendo que pode ser um gosto exótico, uma brincadeira esporádica, um tipo de fetiche. Mas encarar isso como o exemplo de comportamento ideal? Putz, me incluam fora dessa... Tudo bem, podem dizer que não é o ato em si que importa, mas a intimidade, a cumplicidade, a dedicação implícitas. Mas vamos lá, existem outras mil maneiras de preparar Neston...

Queria mesmo chegar ao seguinte: acredito que uma relação legal tem que conter e preservar algum nível de individualidade e de respeito pelo outro. Intimidade pra mim é poder se abrir, dividir dúvidas e medos, ter coragem pra contar os desejos. Não tem nada a ver com ir ao banheiro de porta aberta, espremer os cravos dela ou deixar sua cueca pendurada na porta do banheiro.

Eu sempre gostei de ver um pouco de mistério preservado, de ter coisas a serem descobertas pouco a pouco. Deixar um espaço pro desconhecido, pro que está ainda por vir. Gosto de um charme discreto, da elegância desleixada, de quem consegue fugir das obviedades do dia-a-dia.

Podem me chamar de chato, fresco, inimigo da entrega e da intimidade. Mas, pra que escancarar a porta assim de uma vez?

E chega desse assunto nojento...

quinta-feira, agosto 15, 2002



Free Jazz cancelado;
Red Hot Chili Peppers prometido para outubro...
Como diria aquele personagem do conto do Artur de Azevedo, quem não tem cão, caça com gato, afinal em terra de cego quem tem um olho é rei, mas como com esmola demais o santo desconfia, tal qual São Tomé, só acredito vendo.

quarta-feira, agosto 14, 2002

Alguém gosta de ficção barata aí? Está então convidado a acompanhar as peripécias de uma jovem dama, ali ao lado no link Ana Alice em Busca do Cálice Sagrado.

É um conto que acabei de postar no fantástico blog coletivo Neuronio Descontrol (já conhecem?). A estória tem 4 capítulos que naquele blog foram colocados separadamente. Aqui ela está inteirinha, do começo ao fim. O suspense era grande parte do barato e talvez se perca um pouco aqui, mas acho que ainda vale a pena.

Outra garrafa lançada. Leia e meta seu pitaco.
Ana Alice em Busca do Cálice Sagrado



Para não resumir isto aqui às Cartas pra minha mana Ká, vamos começar com os pitacos mais curtos e sortidos...

Pois é, The Hives está tocando na Brasil 2000 FM. Demorou... Recomendo.
Não vou me alongar falando deles porque pra muita gente essa banda de punk-rock sueca já é notícia velha. No entanto, pra quem ainda não sabe o que está perdendo, dê uma olhada nos links e, principalmente, ouça.

The Hives - Quadradinho
The Hives - London Burning
The Hives - Poptones



segunda-feira, agosto 12, 2002



subject: Carta de Maracangalha VIII
date: 12.08.2002



E aí Ká!

Pensou que não ia ter mais notícias deste correspondente tropical, né? Se enganou direitinho, cara mana... O bom filho à casa torna e quem é vivo sempre aparece pra encher o saco mais um pouquinho....

Pois é, suas Cartas de Maracangalha estão de volta, só que agora literalmente flutuando pelo oceano internético. Ficou assustada quando te falei do blog? Bom, eu ainda me assusto um pouco. Prometo que se isso aqui virar alguma coisa tipo “The Osbournes” eu aborto a idéia na hora (ou vendo os direitos pro UOL, né?) Mas não há de ser nada não...Fazer mal à saúde não deve fazer...

Como estão as coisas aí na terra do Tio Sam? Putz, acabei de perceber que depois dos atentados de setembro passado, não escrevi mais pra vocês... Estranho, né? Parece que aquilo gerou algum tipo de choque anti-globalizante, impedindo até as correspondências familiares.

Falando sério, olhando agora de mais longe, acho que me senti um pouco desse jeito. As coisas estavam tão amedrontadoras no panorama global que era mais seguro e confortável passar a prestar atenção na própria vida cotidiana. Algo como se pensasse: ora, não tenho muito controle sobre o que acontece lá fora, deixa eu me manter no casulo e cuidar mais do meu próprio umbigo.

Interessante ver que isso também aconteceu com os próprios países, né? Além de contarmos com o iluminado e ilustrado líder da nação ianque, parece que o mundo inteiro passou por um momento meio conservador nesse ano. Aquele sonho globalizante (confundido constantemente com “americanizante”) ficou realmente utópico. Fico pensando se pra vocês, imigrantes tupiniquins no além-mar, tudo isso não deva deixar as coisas mais difíceis... Ainda mais com a cara de terrorista árabe do Peter, eh, eh...

Olhando aqui da terra brasilis, eu sinto que o mundo está cada vez mais longe. Por mais internet, conexão a cabo, Sony, CNN e MTV que se tenha, um dólar a 3 reais nos dá bem o tamanho da nossa significância. É como se o doce nos fosse oferecido mas tirado da nossa boca antes da primeira mordida. Viajar pra fora tá cada vez mais impensável. Comprar um cd, nem mesmo nacional. Revista importada, piada de colunista musical. Shows de rock, só do A-ha mesmo. Intercâmbio, curso de inglês, mochilada pela Europa... Coisas que eram planejáveis há 5 anos atrás, hoje não passam de lembrança.

Sabe, por um instante me senti meio fútil, meio ingrato reclamando dessas coisas. Porra, tem milhares de pessoas passando fome aqui do teu lado, cara!! Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra e é triste, muito triste mesmo, ver que passamos por uma época em que parte da população do país, por menor que essa parte fosse, tinha acesso ao mundo e hoje não tem mais. Hipócrita seria se eu pensasse ao contrário...

Mas eu não sou pessimista não, muito pelo contrário. Vamos nos virando por aqui, lendo revistas importadas pela internet, assistindo a shows pela TV, baixando músicas pelo Kaaza (enquanto nos deixam...), gravando nossos próprios CDs piratas. Pois é, acessando o mundo virtualmente... E acho que temos nos virado bem aqui na terra brasilis... Sabe, pode parecer bobeira, mas eu sinto uma movimentação muito legal, um burburinho cultural, uma geração que tá se mexendo muito e fazendo muitas coisas legais. Apesar de toda a era das trevas que o mundo ameaçou (ou ameaça...) passar, têm algumas coisas borbulhando por aqui. É só procurar, ir atrás, só não vê quem não quer...

E tem as eleições, né? Mas isso é uma outra estória, pra uma outra carta...

Vou ficando por aqui, sei que já te cansei. Mas agora que voltei, me agüenta...

Inté mais!

Beijo,

Drex


Yes, there were times, I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew.
But through it all, when there was doubt,
I ate it up and spit it out.
I faced it all and I stood tall;
And did it my way.


His way...

quarta-feira, agosto 07, 2002

Prólogo


Minha irmã mudou-se para os EUA em 2000. Logo após a faculdade, por uma dessas razões que a própria razão desconhece, juntou as trouchas com o namorado e foi pra Califórnia. Algum tempo depois, o transitório virou duradouro e o namorado virou marido. Sem esquecer da possível ajuda divina e da favorável conjuntura dos astros, me orgulho em dizer que devido a muita coragem, suor e perserverança, eles estão bem. Muito bem, obrigado.

Nesse meio tempo, como não podia deixar de ser, trocamos algumas correspondências. Quer dizer, trocamos e-mails. Naquele tempo longínquo, quando ainda não havia interurbanos a 3 centavos e a Ana Paula Arósio acabava de inventar a concorrência na telefonia, escrever era mais barato que falar.

Por pretensão criativa, exibicionismo literário ou retenção da imagem da marca, comecei a intitular minhas mensagens pra ela de Cartas de Maracangalha. Estas mensagens (agora cartas...), além dos afagos fraternos e da usual atualização das fofocas familiares, sempre eram recheadas com um pouco daquilo que coloquei no cabeçalho deste blog: idéias desconexas, notícias ao léu, opiniões duvidosas, visões de Pasárgada e alguns pitacos sobre o Brasil. Apesar da existência da Embratel, do UOL e da GloboNews, sentia necessário prestar esse serviço a eles: uma breve atualização sobre o estado corrente da saudosa Terra Brasilis e de nossa querida sociedade tupiniquim.

Já dizia o poeta que o tempo é ingrato. O tempo fez essas correspondências minguarem pouco-a-pouco, até cessarem de vez. Mas o tempo não os trouxe de volta. Aqueles navegantes d’além-mar ainda estão lá, ansiosos por notícias. E é aí onde entra a idéia do blog.

Por que um blog? Ora, mudam-se os tempos, mudam-se as mídias. Cartas, mails, agora posts. Lógico, confesso que existe também (de novo...) um pouco de pretensão criativa, exibicionismo literário, retenção de marca. Não há dúvida que existe a vontade de atingir outros navegantes também perdidos no além-mar. E o maior motivo de todos: por que não?

Então a idéia é essa. De tempos em tempos vai rolar aqui no blog a já citada Carta de Maracangalha, devidamente endereçada e dirigida a minha mana (a Ká...). As cartas antigas serão posteriormente disponibilizadas, para fins nostálgicos, no link acima “Baú de Velharias”. Ali também podem ser encontrados textos diversos e outros exemplos de, de novo, pretensão criativa e exibicionismo literário. No intermezzo, como todo blog, vão aparecer também alguns pitacos sortidos e bobagens diversas.

A garrafa foi lançada. Vamos ver até onde vai chegar...


segunda-feira, agosto 05, 2002

Leaving just in time
Stay there for a while
Rolling in the ocean
Trying to catch her eye
Work hard and say it's easy
Do it just to please me
Tomorrow will be different
So I'll pretend i'm leaving


This is it...



A primeira garrafa foi lançada ao mar...