segunda-feira, outubro 20, 2003



Ainda Pacha Mama

O texto sobre a crise da Bolívia, que eu havia publicado primeiramente no Imprensa Marrom, saiu agora na Nova-e. Não deixe de ir lá conferir, a última edição ficou muito bonita mesmo.




Anarcospray





Uma mentirinha na cabeça e uma lata na mão. Dica ótima da Trip deste mês: Banksy, o grafiteiro ativista mais temido da Inglaterra.





Duca... E aqui tem mais imagens.



Cidade Maravilhosa, aqui vou eu



Cariocada amiga, me aguardem...

sábado, outubro 18, 2003



Pacha Mama





Alguns povos indígenas do Peru e da Bolívia chamam assim a "Deusa Terra", ou melhor, a "Mãe Terra" - Pacha Mama. Ao contrário do que tradicionalmente crêem as populações nômades do deserto, cujas vidas se passam sob uma abóboda celestial única e esmagadora, esses povos da selva e da montanha não acreditam que são criação de um único Deus, que o homem está na Terra numa transitória expiação e que, depois da morte, o céu é finalmente seu destino glorioso. Sua crença é de que a vida teve origem de dentro da própria Terra. Simplificando, seu mito é de que um dia, há longínquos anos, uma enorme cratera se abriu no solo e os primeiros homens foram expelidos para a superfície. Foram cuspidos por Pacha Mama.

Pacha Mama é a fonte de toda a vida. É a provedora de alimento e de abrigo. Para eles, a Terra, a natureza, não é o lugar maldito e selvagem onde devem sobreviver os pecadores expulsos do Paraíso. Pertencemos à ela, somos parte dela, somos seus filhos.

(...)

As divagações sobre a Bolívia, a crise, o povo, o gás e a coca, continuam lá no Imprensa Marrom. Confira lá e não deixe de mandar sua opinião sobre tudo isso...






Esta capa não ficou linda?

terça-feira, outubro 14, 2003



Armas, drogas e contradições

Que fique bem claro que sou contra qualquer pessoa portar uma arma de fogo. Acredito ser uma estupidez dizer que as pessoas de bem devem ter o direito de andar armadas para proteger-se contra a marginalidade – quem, afinal, vai definir quem são as pessoas de bem? Até onde uma “pessoa de bem” também não pode me fazer mal, intencionalmente ou não? Aliás, proteger-se como, cara pálida? Na base do bangue-bangue?

Penso isso assim, pragmaticamente, sem entrar em muitas filosofias. Nem quero começar com delongas sobre o Estado de Direito, contrato social, renúncia ao direito da força, etecéteras. Mas que fique bem claro minha posição – não consegue-se combater a violência colocando um revólver na mão de cada cidadão.

Chega então a hora da tradicional virada no enredo da crônica. O famoso por outro lado. Lá vai então: por outro lado, pensava eu com meus botões o quão pode ser contraditória a argumentação dos grupos mais progressistas da nossa sociedade, ao tentar defender seu ponto de vista frente a esta e a outras polêmicas em voga nos últimos tempos. (...)


Tarda mas não falha... Leia a coluna todinha lá no Imprensa Marrom. Era pra sair na sexta, mas chegou só hoje. Na próxima sexta tem mais...

quarta-feira, outubro 08, 2003





- My goodness, what happened to your nose?
- I cut myself shaving.
- You ought to be more careful. That must really hurts.
- Only when I breathe.


terça-feira, outubro 07, 2003



Recado do Bardo

Depois da poesia mequetrefe do post abaixo, me sinto na obrigação de postar aqui algo que realmente valha a pena. Melhor então contar com uma singela ajuda alheia.







Antes, porém, um breve contexto: Lucêncio, filho de um rico mercador de Pisa, parte para a cidade de Pádua a procura de novos mundos, ansioso por mergulhar no estudo das artes e da filosofia, adornando assim a fortuna de seu pai com as ações virtuosas dos sábios. Pergunta então a Trânio, seu pajem, se faz bem em prosseguir nessa jornada. E lá vai Trânio, na tradução do Millôr Fernandes:

Trânio: "Mi perdonato", meu gentil senhor, pois concordo nisso tudo, contente que persista no intento de aspirar as doçuras da doce filosofia. Apenas, meu bom amo, por mais que admiremos essa virtude, essa disciplina moral, rogo-lhe não nos tornemos estóicos e insensíveis. Nem tão devotos da ética de Aristóteles a ponto de achar Ovídio desprezível. Apóie a lógica nos seus conhecimentos do mundo e pratique a retórica na conversa usual; inspire-se na música e na poesia e não tome da matemática e da metafísica mais do que o estômago pode suportar; o que não dá prazer não dá proveito. Em resumo, senhor, estude apenas o que lhe agradar.

segunda-feira, outubro 06, 2003



Às favas
me rendo
à onda
ao vento
repito em côro
a rima fácil
Deus, como é bonita
essa tal Maria Rita

sexta-feira, outubro 03, 2003



Transgênicos - Pelo menos uma obviedade

A imprensa tem tratado o assunto dos transgênicos quase que exclusivamente pelo glamoroso prisma do embate científico. A mitológica luta entre o medo do futuro e a inevitável marcha do progresso tem, sem dúvida, um apelo e tanto aos nossos genes em luta pela sobrevivência. Tudo fica então resumido a lavradores conservadores, consumidores temerários e cientistas visionários (ou malucos).

Por esta perspectiva, é simplesmente irracional ser contra os transgênicos. Mexer em território proibido, alterar a ordem da natureza – argumentos como esses ora remetem a um saudosismo bucólico e pastoral, ora se assemelham à superstições apocalípticas vindas de um monastério beneditino da Idade das Trevas. Toda a história do homem foi marcada pelas intervenções deste junto à natureza e se opôr a isso, categoricamente, é ingênuo e inútil.

(vamos lá, leia o texto todinho lá no Imprensa Marrom...)