quinta-feira, maio 17, 2007

Filmes, Discos e Livros Que Salvaram Minha Vida


1. Beautiful Girls, de Ted Demme (filme)
2. Mais que o Acaso (Sliding Doors), de Peter Howitt (filme)
3. Magnolia´s Soundtrack, de Aimee Mann (disco)
4. Tails, da Lisa Loeb (disco)
5. Is This It, dos Strokes (disco)
6. O Bloco do Eu Sozinho, dos Los Hermanos (disco)
7. Orgulho e Preconceito, de Jane Austen (livro)
8. Chico Buarque Ao Vivo (disco)
9. Blue Train, do John Coltrane (disco)
10. Trainspotting, de Danny Boyle (filme)
11. Verde, Amarelo, Anil, Cor-de-Rosa e Carvão, da Marisa Monte (disco)

Apesar da dose dramática um tanto exagerada, o título da lista é bastante auto-explicativo.

P.S.: Você não escolhe os livros, filmes ou discos que te salvam a vida. Eles te escolhem. Disto decorrem algumas coisas importantes. Primeiro, não te é dada a oportunidade de ter qualquer julgamento de valor artístico sobre eles. “Mais que o Acaso”, por exemplo, é uma comédia romântica bem regularzinha. Mas, a Gwyneth, oh mine, e o fato de aprender que ninguém espera a Inquisição Espanhola, bem, foram capazes de iluminar alguns meses sombrios. Em segundo lugar, muitas vezes o socorro vem de algo diametralmente oposto às coisas que você costumava admirar. Pouco ouvia de MPB antes da Marisa Monte vir me salvar da melancolia de um exílio voluntário além-mar. Por fim, é ingrato procurar qualquer racionalidade nessas escolhas. Não há sentido. Nada tem menos cheiro de auto-ajuda que o “Is This It”, dos Strokes, ou as aventuras casamenteiras da Jane Austen. Mas, enfim, funcionaram como ótimos placebos.

A verdade é que todos os citados acima se aproveitaram em algum momento da minha vulnerabilidade, me pegaram com a guarda baixa. Se intrometeram em minhas horas de melancolia, solidão, briga, doença, saudade, rompimento, dúvida, crise existencial, vocacional ou sentimental. E, depois de tudo, só me resta agradecê-los pela intromissão. Ai me mim sem eles, quem vai saber. Agora eles são da família. Falem deles bem ou mal, nutro por todos enorme carinho.

terça-feira, maio 08, 2007

Campeã





Uma pausa nas listas para registro de um evento extraordinário.

Primeira vez a gente nunca esquece.

Agora podemos voltar à nossa programação normal.

quarta-feira, maio 02, 2007

Meus 8 Filmes "Pequeno e Inevitável Sorriso"


1. Trainspotting, de Danny Boyle, 1996.
2. Festa de Família, de Thomas Vinterberg, de 1996.
3. Carne Trêmula, de Pedro Almodóvar, de 1997.
4. Magnólia, de Paul Thomas Anderson, de 1999.
5. Corra Lola Corra, de Tom Tickwer, de 1999.
6. The Royal Tennenbaums, de Wes Anderson, de 2001.
7. Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, de 2002.
8. El Abrazo Partido, de Daniel Búrman, de 2004.

Comigo acontece assim: estou lá, tranquilo, assistindo um filme, ouvindo um disco, lendo alguma coisa. E, de repente, sem piada ou comédia aparente, brota um sorriso no canto da minha boca. Nem gargalhada, nem mesmo risada, apenas um silencioso sorriso. Um pequeno mas inevitável sorriso.

Talvez isso aconteça com todo mundo, de uma maneira ou de outra. Um efeito psicosomático que desperta no exato momento em que percebemos que aquilo, o filme, a música, o livro a que estávamos atentamente observando, puxa, vai além da simples mediocridade, é diferente, é novo, é sublime, nos atinge em cheio, sobe um degrau, se torna único, talvez seja mesmo uma obra de arte.

No cinema, isso me aconteceu algumas raras vezes. E tão evidente é minha reação física (sim, ele, o pequeno e inevitável sorriso) que posso lembrar nitidamente a ocasião de cada uma delas.

O interessante é que, noto agora, esta lista de sorrisos só contém filmes contemporâneos, vistos na tela grande na época em que foram lançados. Na sétima arte parece ser assim que o pequeno e inevitável sorriso me pega. Não que eu não goste dos filmes clássicos, ou não reconheça seu valor. Muito pelo contrário, e quem me conhece sabe que sou um tremendo nostálgico de tempos não vividos. Mas suspeito (e apenas suspeito) que o pequeno e inevitável sorriso tem alguma coisa a ver não somente com a qualidade, mas também com a novidade, com a sintonia, com o surgimento. Talvez me gere algum orgulho ou empatia saber que aquela superação, putz, está sendo gerada bem aqui, dentro do meu tempo.

No fim, se trata apenas da minha linguagem corporal para transmitir a admiração (temperada com uma pitada de invejinha) que sinto pelo realizador da dita obra. O sorriso é minha maneira simples de dissimular, de escapar das palavras sujas e de dizer: "caralho, o filho-da-puta é foda".