De fato, a enorme fraqueza teórica da esquerda brasileira atual só não se tornou um problema político porque nossos colunistas de direita se sarahpalinizaram rapidademente. O que aconteceu com Olavo de Carvalho é uma tragédia: o cara era inteligente e maluco, depois de ser inteiramente colonizado pelos Limbaughs desse mundo, e, principalmente, depois de ir morar nos EUA, ficou só maluco, um coitado, uma figura muito triste; faz tempo que é ilegível. Reinaldo Azevedo é cada vez mais um estorvo para a Veja, que provavelmente deve estar imaginando uma saída elegante para se livrar dele: os leitores tucanos, por exemplo, não estão interessados em um cara que só chama o Obama de Hussein, pra ver se ele fica com mais cara de terrorista. Azevedo é café-com-leite, alguém que se manda para a mesa das crianças quando os adultos vão falar de coisa séria, um palhaço tentando se enturmar em festa de intelectual tucano contando piada de peido, mas Olavo de Carvalho era muito melhor que a direita populista americana. Suspeito que tenha ocorrido com ele o que ocorreu com esquerdistas brasileiros que, nos anos 70, compraram a extrema-esquerda francesa na alta e depois tentaram vender na baixa.
Daqui. Um bom exemplo de esquerda (ele se diz) inteligente (eu digo).