segunda-feira, janeiro 16, 2006

Abrir o jogo



O bonito da pluralidade é que mesmo quando cada elemento está redondamente enganado, algo cada vez menos raro de acontecer, o resultado final do sistema tende a um equilíbrio minimamente coerente. Muitos diriam equilíbrio medíocre, mas, enfim, o caso aqui não é essa discussão.

O caso é que consegui ficar feliz com as capas das revistas semanais deste último domingo. Enquanto a Veja continua batendo no Duda e nos esquemas do governo, a Carta Capital mostrou o outro lado da polêmica do Gil X Caetano quanto aos incentivos ao cinema nacional. A imprensa tradicional (principalmente a Folha) vem se alinhando na fronteira anti-Ministério da Cultura, como se o caso fosse proteger a figura quixotesca do frágil Ferreira Gullar contra os ataques ditatoriais do governo. Por trás de tudo, é claro, os interesses dos suspeitos usais de sempre. E nem a ex-senhora Veloso nem o Barretão devem ser vistos como Davis contra Golias nessa estória toda.

A Carta Capital oferecer o "outro lado", no entanto, não é nenhuma novidade. Surpreso mesmo eu fiquei quando vi a capa da global Época. Mexeu num vespeiro e tanto. E, sobretudo, depois de tantas páginas da Veja dedicadas à harmoniosa família Alckmim, enfim algo que se deve deixar muito bem claro quanto ao perfil do nosso atualmente queridíssimo ex-insosso governador.

Me faço de inocente e peço algumas cartas na mesa, por favor.

Nenhum comentário: