Mensagens furtivas. Idéias desconexas. Notícias ao léu. Opiniões duvidosas. Visões de Pasárgada
quinta-feira, julho 10, 2003
Muita gente por aí costuma dizer que colocar letra de música no blogue é encheção de linguiça, quebra-galho para falta de tempo, de idéias ou de inspiração. Concordo, é tudo isso mesmo. Mas não deixo de, frequentemente, colocar um trechinho de letra por aqui.
Não é nem pela necessidade de tirar o pó do blogue de vez em quando. Nem só. Mas é que às vezes dá aquela vontade de falar algo que, porra, já foi dito antes de forma tão melhor e tão mais bonita que não há motivo para reinventar a roda. Pra que falar se é melhor ouvir quem já soube dizer, com muito mais propriedade e já há muito tempo? Só me resta, humildemente, citar.
***
O trecho de Roda Viva, que citei logo ali embaixo, veio para o blogue um tanto atrasado, porém. Seria injusto, depois do feriado sumpimpa que tive ontem, acompanhado de minha menina e de outros amigos do peito, que eu quisesse usar a voz do Chico para dizer que hoje me sinto como quem "partiu ou morreu".
Não, hoje já não me sinto assim. Mas no início da semana, quando a citação deveria ter sido postada, estava assim, com esse sentimento de melancolia, de morosidade e, pior, de passividade. Como se tivessem me roubado o livre-arbítrio. Uma sensação sem motivo aparente e, talvez por isso, paralisante. Bem, vocês sabem. Por isso fiz a citação, para não arriscar cair no ridículo ao descrever o que sinto. Leiam ali o Chico então, pois é aquilo. Ele se arrisca sem medo, e vai ter cara que diz o que a gente gostaria de dizer assim lá na China.
Mas, como disse antes, hoje já não me sinto assim. Nada como passar um tempo tranquilo com gente de quem a gente gosta para colocar as coisas em perspectiva e se acalmar, pois tudo se ajeita e, afinal, pra que se preocupar? Antes que caia no ridículo, porém, abuso de novo e cito o Chico de novo. Acho que essa letra, sim, reflete o sentimento do dia. E, simbora, até a próxima canção.
Cordão
Chico Buarque/1971
Ninguém
Ninguém vai me segurar
Ninguém há de me fechar
As portas do coração
Ninguém
Ninguém vai me sujeitar
A trancar no peito a minha paixão
Eu não
Eu não vou desesperar
Eu não vou renunciar
Fugir
Ninguém
Ninguém vai me acorrentar
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder sorrir
Ninguém
Ninguém vai me ver sofrer
Ninguém vai me surpreender
Na noite da solidão
Pois quem
Tiver nada pra perder
Vai formar comigo o imenso cordão
E então
Quero ver o vendaval
Quero ver o carnaval
Sair
Ninguém
Ninguém vai me acorrentar
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder sorrir
Enquanto eu puder cantar
Alguém vai ter que me ouvir
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder seguir
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder sorrir
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário