quinta-feira, setembro 18, 2003



Pela tampa...

Enfim, fiquei verdadeiramente puto com algumas coisas que aconteceram aqui no trabalho nos últimos dias. É impressionante a habilidade das empresas para, num curtíssimo espaço de tempo, conseguir acabar com qualquer indício de cooperação ou amistosidade dentro do ambiente de trabalho.

Eu sei, a competitividade é coisa inerente ao nosso sistema de ganha-pão. Não reclamo dela. Entendo também que, conforme os horizontes vão ficando mais incertos, as pessoas tendem a preocupar-se cada vez mais em olhar pro seu umbigo e proteger o seu cantinho a todo custo. Eis a seleção natural, minha gente, a lei da sobrevivência.

O problema é quando isso vira praxe. E a competitividade vira justificativa para um joguinho sujo, cheio de falsidades, grosserias e trairagens. De alguém que trabalha comigo não peço amizade sincera, afeto ou cumplicidade. Não ambiciono ser o padrinho do filho de ninguém, ora bolas. Só exijo ética e profissionalismo. Um mínimo de confiança, para não ter que vir trabalhar todo dia esperando a próxima punhalada.

Acho que passei a vida desviando de pessoas assim, separando o joio do trigo, escolhendo as amizades segundo as coisas em que eu acredito. Mas chega uma hora que não dá pra evitar, a pedra está lá parada no meio do seu caminho, ou você pára, ou você chuta ela pra longe.

A questão é que não sei se estou a fim de entrar nesse jogo. Pra falar a verdade, já nem sei se quero ganhar esse jogo. Meu saco já está cheio demais. Não tenho mais saúde pra isso. Não vou me enfiar em embates idiotas e sem sentido, sair desgastado só por causa do meu orgulho.

Ao mesmo tempo, já descartei a resignação como saída. Como diria o Yuka, paz sem voz não é paz, é medo. E, além do mais, cobra parada não engole sapo.

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