quarta-feira, agosto 07, 2002

Prólogo


Minha irmã mudou-se para os EUA em 2000. Logo após a faculdade, por uma dessas razões que a própria razão desconhece, juntou as trouchas com o namorado e foi pra Califórnia. Algum tempo depois, o transitório virou duradouro e o namorado virou marido. Sem esquecer da possível ajuda divina e da favorável conjuntura dos astros, me orgulho em dizer que devido a muita coragem, suor e perserverança, eles estão bem. Muito bem, obrigado.

Nesse meio tempo, como não podia deixar de ser, trocamos algumas correspondências. Quer dizer, trocamos e-mails. Naquele tempo longínquo, quando ainda não havia interurbanos a 3 centavos e a Ana Paula Arósio acabava de inventar a concorrência na telefonia, escrever era mais barato que falar.

Por pretensão criativa, exibicionismo literário ou retenção da imagem da marca, comecei a intitular minhas mensagens pra ela de Cartas de Maracangalha. Estas mensagens (agora cartas...), além dos afagos fraternos e da usual atualização das fofocas familiares, sempre eram recheadas com um pouco daquilo que coloquei no cabeçalho deste blog: idéias desconexas, notícias ao léu, opiniões duvidosas, visões de Pasárgada e alguns pitacos sobre o Brasil. Apesar da existência da Embratel, do UOL e da GloboNews, sentia necessário prestar esse serviço a eles: uma breve atualização sobre o estado corrente da saudosa Terra Brasilis e de nossa querida sociedade tupiniquim.

Já dizia o poeta que o tempo é ingrato. O tempo fez essas correspondências minguarem pouco-a-pouco, até cessarem de vez. Mas o tempo não os trouxe de volta. Aqueles navegantes d’além-mar ainda estão lá, ansiosos por notícias. E é aí onde entra a idéia do blog.

Por que um blog? Ora, mudam-se os tempos, mudam-se as mídias. Cartas, mails, agora posts. Lógico, confesso que existe também (de novo...) um pouco de pretensão criativa, exibicionismo literário, retenção de marca. Não há dúvida que existe a vontade de atingir outros navegantes também perdidos no além-mar. E o maior motivo de todos: por que não?

Então a idéia é essa. De tempos em tempos vai rolar aqui no blog a já citada Carta de Maracangalha, devidamente endereçada e dirigida a minha mana (a Ká...). As cartas antigas serão posteriormente disponibilizadas, para fins nostálgicos, no link acima “Baú de Velharias”. Ali também podem ser encontrados textos diversos e outros exemplos de, de novo, pretensão criativa e exibicionismo literário. No intermezzo, como todo blog, vão aparecer também alguns pitacos sortidos e bobagens diversas.

A garrafa foi lançada. Vamos ver até onde vai chegar...


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