terça-feira, agosto 16, 2005

Oráculo



Pela linha constitucional, viriam: José Alencar, Severino Cavalcanti, Renan Calheiros, Nelson Jobim. Nossa Senhora, o povo se ajoelharia na catedral do Poder, implorando a Lula: "Fique, presidente, o senhor é uma catástrofe com encontro marcado com o final do mandato, os outros serão (ou seriam) catástrofes sem prazo certo e com expectativas incertas.


Hélio Fernandes é diretor do jornal carioca Tribuna da Imprensa. Tem 84 anos. Durante sua vida, mais do que testemunhar, sentiu na pele os eventos mais críticos da História brasileira do século XX.

Sempre foi figura presente nas linhas de combate da esquerda. Mas, antes de tudo, é um independente. Bem antes de todo este turbilhão, mesmo carregando todos os anos que tem nas costas, o sr. Fernandes andava por ai dando palestras, defendendo uma proposta econômica alternativa à ortodoxia Pallociana.

Na economia, suas idéias são bastante heterodoxas. Malfazeja os juros altos, como todo mundo, mas também critica o apego religioso à intocabilidade das dívidas externa e interna. Defende também um projeto nacional sólido e soberano, coisas um tanto fora de moda nos últimos quinze anos.

Pode-se criticar o seu pensamento econômico, dizê-lo mais apropriado para os anos dourados de Vargas ou JK. Mas, neste momento político, creio que qualquer um deve ouví-lo com atenção.

Nesta e nesta coluna, Hélio Fernandes analisa e prevê os desdobramentos da crise. Como um esquerdista decepcionado, ainda tem cautela e caridade com Lula, mas também possui a autonomia necessária para tocar nas feridas com crueldade. Atinge, nesse meio termo, uma lucidez que chega a ser dolorosa. Sua visão do futuro é, com muito eufemismo, sombria.

(...) a grande crise começou agora, se desenvolverá em 2006 e explodirá para valer em 2007. A razão? É simples. Se Lula for reeeleito (hipótese é hipótese, não é como fato que tem que ser provado) não governa. A oposição vai começar o processo de impeachment logo depois da posse. Terá 4 anos.

Se a chamada oposição (de hoje, de hoje) eleger o presidente em 2006, pode até tomar posse mas também não governa. Todos os crimes da DOAÇÃO do retrocesso de 80 anos em 8 (de FHC) voltarão a ser discutidos, até numa CPI.


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