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quarta-feira, março 12, 2003
Opiniões diferentes
Bem, falo sempre por aqui sobre a importância do debate, que o dissenso é fundamental, blá, blá, blá... Vamos então colocar esse papo em prática e dar voz às opiniões diversas.
O Estadão publicou ontem um excelente texto do economista americano Thomas L. Friedman, defendendo a intervenção militar no Iraque, mas divergindo completamente das estratégias utilizadas até agora por Bush. A posição de Friedman (pela guerra, mas contra Bush) chega a ser um alívio ao maniqueísmo religioso que a discussão se tornou. Há muito mais que dois lados nesta questão.
É uma análise bastante americanista, sem dúvida, mas extremamente racional, livre dos messianismos religiosos e da papagaiada publicitária da luta contra o "Eixo do Mal". No texto, Friedman chega a chamar Chirac de cínico e, nas entrelinhas, deixa sua mensagem para Bush: deixe de ser cínico você também.
Uma palhinha, mas vale ler na íntegra:
Essa não é uma guerra necessária. Aquela era, a do Afeganistão. A do Iraque é uma guerra de escolha - uma legítima escolha para preservar a credibilidade das Nações Unidas, que Saddam desafiou por 12 anos, e para destruir sua tirania e substituí-la por um regime decente, que possa conduzir uma reforma no mundo árabe muçulmano. Essa é a verdade.
O problema que Bush está tendo com os legítimos críticos dessa guerra tem raiz no consistente exagero deste ponto. Quando Bush pega uma guerra de escolha e a converte em uma guerra de necessidade, as pessoas naturalmente perguntam: "Ei, o que está acontecendo aqui? Nós estamos sendo enganados. A verdadeira razão deve ser seu pai, o petróleo ou alguma ideologia de direita."
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