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terça-feira, junho 10, 2003
Ele havia percebido algo durante o dia, mas preferiu não pensar a respeito. Voltou para o apartamento já à noite, entrou na cozinha e sentou-se para comer alguma coisa. Aquela idéia o assustava. Tomou um copo de leite, e a impressão de que algo estava errado lhe veio novamente. Ela estava ali, ele podia senti-la. Abriu a geladeira, a luz iluminou a cozinha por alguns segundos. Guardou o leite e fechou a porta. Por que logo agora, meu Deus?
Atravessou a sala escura e entrou no banheiro. Uma ducha quente era uma boa idéia. Fechou os olhos e, durante aqueles minutos, se livrou do medo. Ao sair do banheiro, porém, percebeu de novo. Era sorrateira. Deitou-se o mais rápido que pôde e se cobriu até o pescoço. Mas não teve dúvidas agora. Era ela, definitivamente. E aquela consciência, aquele inevitável, fazia tudo parecer pior. Ela. Sentia o gosto amargo na boca. Revirou-se na cama, suava, um calafrio veio de repente. Adormeceu. Acordou no dia seguinte com a garganta cheia de pus e uma febre de quarenta graus.
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