terça-feira, maio 27, 2003



Agora é que são elas...

Sonhar não custa nada. Mas também dizem por aí que não adianta nada só sonhar, é preciso colocar as coisas em prática, fazer acontecer. É fácil entender, no entanto, porque na maioria das vezes não se sai do primeiro estágio. Sonhar é muito bom. Fazer, por outro lado, enche o saco e dá uma puta dor-de-cabeça.

Nesta longa, incerta e dolorosa transição entre o sonho e a ação, a pior fase é aquela do chamado "agora é que vamos ver". A hora de se colocar as cartas na mesa. Ou melhor, de se colocar as contas na mesa. É neste momento que a realidade se apresenta sem disfarce: fria, dura, cruel, vermelha e com quatro dígitos. Puta que o pariu, o que é que eu fui fazer...

Fiquei dois anos apertando o cinto até o último furo para conseguir uma coisa: reunir o kit-básico necessário para ir morar sozinho. Vocês sabem, teto, cama, refrigerador, microondas e televisão.

Muita pindaíba depois, o kit-básico está pronto. E agora, bem na minha frente, as condições objetivas se apresentam: mais contas sobre a mesa, um futuro incerto e uma geladeira vazia. Agora, na hora da decisão, só consigo me lembrar do que tenho a perder com essa mudança. Por isso, coloco a pergunta: por que raios afinal eu queria sair de casa mesmo?

Tá bom, eu já devo saber as respostas, mas frases motivacionais serão gentilmente aceitas na caixa-postal abaixo. Podem me chamar de bundão, inclusive.

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