sexta-feira, agosto 15, 2003



Jack Asses, os Homens do Ano

Ninguém mesmo escapa ao espírito da época. Há um programa, produzido pela MTV americana, cuja atração principal é visitar as residências modestas das celebridades do showbizi. Ontem eu me entretia assistindo à equipe de reportagem visitar as moradas dos intrépidos protagonistas do Jack Ass. Não fosse pela trilha sonora moderninha e a edição videoclíptica, eu estaria esperando o Otávio Mesquita aparecer na tela a qualquer momento. De repente a Sonia Abraão talvez.

Enfim, estava lá um daqueles super-Jack-Asses, mostrando-nos o que se faz quando se fatura algumas dezenas de milhões de doletas logo aos vinte e poucos anos – uma mansão imensa, uma linda morena, uma rampa de skate com uns sete metros de comprimento no meio do quarto, um porão cheio de máquinas de fliperama e vídeo-game, um half de cinco metros de altura no meio do quintal, uma garagem com três Audis e uma Ferrari Modena estacionadas.

Admirado, fiquei pensando que o sujeito deve ganhar um baita adicional de insalubridade para trabalhar no programa. Faz sentido, afinal, o desgaste da profissão provavelmente vai obrigá-lo a se aposentar mais cedo. Nada mais justo que ter seu mérito reconhecido, ser recompensado pelo suor do seu rosto. Sem contar a realização profissional trazida pelas escoriações e próteses dentárias.

Como disseram aí uns publicitários, acho que preciso rever meus conceitos. Depois da reportagem, a única coisa que me vinha à cabeça era uma tirinha do Calvin que eu tinha lido pela manhã. Bill Waterson, definitivamente, é o meu guru.





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