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terça-feira, fevereiro 18, 2003
Paz justificada
O último fim-de-semana demonstrou que o apelo pela paz é muito mais generalizado do que se imaginava. É claro que o impacto das manifestações ainda é bastante vago, até pelo boicote que a grande mídia dos EUA tem feito a esses eventos. Mas com a opinião pública não se brinca e, como boas e velhas raposas democráticas, os governos dos EUA e da Europa vão ter que lidar com estas pedras no sapato.
Não é incomum se ver por aí o posicionamento anti-invasão do Iraque classificado como uma atitude simplesmente anti-americana, típica de jovenzinhos-revolucionários-utópicos participantes do Fórum Social. Trata-se de um dos mais velhos truques da retórica - radicalizar e simplificar a idéia do oponente, de modo a torná-la incoerente.
Mas como incoerente mesmo é a posição pela guerra, até tradicionais defensores do Tio Sam têm se mostrado hesitantes. E contrangidos pela falta de lógica de Bush, saem da moita e mudam de lado.
Mário Vargas Llosa, ferrenho opositor das esquerdas latinas e admirador confesso da economia liberal americana, desta vez não segurou a barra. Defende a paz num sincero artigo que vale a pena conferir no Estadão deste domingo.
Tempos estranhos em que é preciso justificar a paz.
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