terça-feira, outubro 15, 2002



Pimentas docemente ardidas

Demorei para escrever algo sobre o Red Hot Chili Peppers, não é? Resenha que se preze tem que sair logo no dia seguinte, just-in-time. Durante essa demora já encontrei duas opiniões bem diferentes sobre o show de São Paulo. O Sukrillius, que escreve no Abacaxi Atômico, comenta que foi o show do ano. Já o Alexandre Pettilo, que também é editor da Zero, escreve no BOL que a apresentação foi perfeita mas burocrática.

Tucanei. Isso mesmo, vou ficar no muro das lamentações paradoxais, dou razão para os dois.

Isso porque o show foi duca, muito bom mesmo; a banda estava musicalmente perfeita, entrosadíssima, além do Anthony Kieds ter me surpreendido com a qualidade da sua voz ao vivo. Mandaram as músicas mais tranquilas, porém lindas, do último disco, e detonaram a galera com todos os hits do Californication e do Blood Sugar Sex Magic. E ainda teve Suck My Kiss (que é minha preferida e eu nem esperava ouvir...).

Por outro lado, é também verdade que a banda já não consegue aquela conexão transcendente com a galera. Tá bom, traduzindo, faltou mesmo um pouco de tesão, de energia, de interação, de empatia com o público. Certa hora um amigo comentou comigo que o RHCP vai virar o Rolling Stones da nova geração. Banda cheia de hits com longevidade monótona. Será? Ou isso tudo é só papo de velho e na verdade somos nós, eu e o Alexandre Petillo, que já não conseguimos nos empolgar mais com as doses de pimenta-malagueta que hoje agitam a garotada?

Deu para sentir que minha opinião está muito pouco formada, né? Então esqueçam tudo isso e vão ouvir música que é o que interessa...

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